Na França, Lula diz que divergência com o Congresso é 'normal'
Em entrevista a jornalistas após jantar com o presidente Emmanuel Macron, Lula falou sobre aprovação de Zanin para vaga no STF
Brasília|Do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a relação do governo federal com o Congresso Nacional e afirmou que possíveis divergências entre os dois poderes são "normais" e que isso "tem que acontecer". As declarações foram dadas em entrevista a jornalistas em Paris, na França, na noite desta quinta-feira (22), após jantar com o presidente Emmanuel Macron.
"A relação é sempre boa. Obrigatoriamente, tem que ter divergência. Quando um governo apresenta uma proposta, a coisa mais normal em qualquer Parlamento do mundo é que o Parlamento não concorde com tudo o que o governo manda. Temos que aprender a conviver com isso", disse.
Aos jornalistas, Lula também afirmou estar "muito tranquilo" com a relação com deputados e senadores. "Não somos um país de um pensamento único. A gente é um país multiverso, cada um pensa de um jeito, cada um analisa de um jeito", ressaltou.
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Ainda segundo ele, comentários sobre o governo estar indo bem ou mal são "análises precipitadas".
"Às vezes, vejo comentário que não tem nada a ver com a verdade. Tem dias que a gente começa de manhã com as pessoas dizendo: "O governo acabou". Chega de noite: "O governo ganhou". Não tem explicação para aquilo. É porque análises são precipitadas. Sempre haverá divergência entre uma ação do governo e uma ação do Congresso. Foi assim a vida inteira. Assim é a política, assim é a nossa relação com a pluralidade política do país", completou.
Aprovação de Zanin para o STF
Questionado sobre a aprovação de Cristiano Zanin para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lula ressaltou as qualidades do advogado e disse estar "muito feliz" com o resultado.
"Fiquei feliz pelo Zanin. Fiquei feliz pelo comportamento do Senado Federal, porque o Zanin foi apresentado como candidato pela qualidade de advogado que ele tem. Quem ganhou foi o Brasil, foi a Suprema Corte, porque vai entrar alguém de muita qualidade para decidir o cumprimento da Constituição Federal do Brasil", afirmou.
Agenda na França
O presidente vai participar, nesta sexta-feira (23), da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro, organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris. De acordo com a agenda, o petista chegará ao evento, no Palácio Brongniart, às 9h (horário local).
Às 12h, Lula vai se reunir com o presidente de honra do partido France Insoumise, Jean-Luc Mélenchon. Na sequência, o presidente brasileiro participa do almoço de trabalho oferecido por Macron.
Às 16h30, o petista se encontra com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e depois com o presidente do Congo, Denis Sassou-Nguesso. Às 20h30, Lula participa de um jantar oferecido pelo príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud. Na sequência, por volta das 21h, o petista embarca para Brasília.
Parceria comercial
Entre os países da América Latina, o Brasil é o principal parceiro comercial da França. Em 2022, a corrente comercial atingiu 8,4 bilhões de dólares (+16% em comparação ao ano anterior). As exportações foram de 3,5 bilhões de dólares, o que representa 1,05% das exportações brasileiras, enquanto as importações atingiram 4,9 bilhões de dólares, o que constitui 1,8% das importações brasileiras.