‘Não consigo falar de economia sem colocar a questão social na ordem do dia’, diz Lula
Presidente afirma que ‘mercado não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade’
Brasília|Do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (12) que não consegue “falar de economia sem colocar a questão social na ordem do dia”. De acordo com ele, os problemas sociais enfrentados pela população parecem ser ignorados em meio à discussão sobre a economia do país.
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“Nós somos o Brasil composto por homens e mulheres que querem crescer, que querem trabalhar, que querem estudar. E é por isso que eu não consigo falar de economia sem colocar a questão social na ordem do dia”, disse o presidente.
“Todos os debates que se faz, se tratando de economia, a gente fala de um monte de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem. E eles existem. E estão no nosso calcanhar. Estão nas nossas portas. Estão nas ruas”, completou Lula.
Segundo o presidente, “a economia não existe no vácuo” e “o mercado não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”. “Nada disso se sustenta sem estabilidade política e estabilidade social”, pontuou o presidente.
As declarações foram dadas durante abertura do Fórum da Iniciativa de Investimento Futuro, realizado no Rio de Janeiro. Participam da agenda o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), além de ministros e demais autoridades nacionais.
De acordo com Lula, “735 milhões de pessoas vão dormir, toda noite, sem ter o que comer, em um mundo que a gente tem conhecimento genético para produzir alimento de sobra para todo mundo”.
“Nos últimos anos, foram gastos quase 3 trilhões de dólares em guerra, quando esse dinheiro poderia ser gastado em paz, poderia ser gastado em investimento, poderia ser gastado em reduzir a miséria, a desigualdade e a pobreza no mundo”, criticou.
Lula ressaltou, ainda, que o governo está “arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal”.
“O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público. A reforma tributária vai tornar nosso regime mais justo e eficiente, deixando de penalizar os mais pobres e dando mais competitividade à economia.”