O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não costuma apoiar iniciativas “exóticas” com intuitos eleitorais. O ministro garantiu que a meta fiscal de déficit zero será cumprida em 2025, assim como ocorreu no ano passado (leia mais abaixo). Em um evento para investidores em São Paulo, Haddad também declarou que não haverá “surpresas negativas” na economia brasileira.“Nós vamos manter o curso da nossa política, cumprindo as metas, buscando as metas, entendendo que esse é o caminho. Não vamos inventar nada, não é do feitio do presidente Lula inventar nada exótico por razões eleitorais. Ele vai fazer o que está convicto de que tem que fazer. Ele nos tem apoiado em tudo e negocia com a área econômica, o que é normal”, destacou o ministro, em evento da Arkos Advice e da Galapagos Capital.Em 2024, o governo teve déficit primário de R$ 43 bilhões, mas conseguiu fechar o ano dentro do arcabouço fiscal. Excluídos os gastos para a reconstrução do Rio Grande do Sul, valores considerados fora da meta, o prejuízo ficou em 0,09% do PIB (Produto Interno Bruto). Pelas novas regras fiscais, o déficit para 2024 deveria ficar em zero, com tolerância de até 0,25% do PIB, tanto para mais quanto para menos.“Ter conseguido praticamente zerar o déficit ano passado é incrível, e vamos buscar zerar este ano de novo. Temos no Orçamento até um superávit pequeno, e vamos trabalhar, continuar trabalhando na reconstrução do superávit primário, que a gente entende que tem de ser reconstruído”, acrescentou. O Orçamento de 2025, que aguarda sanção de Lula, prevê superávit de R$ 15 bilhões para este ano.“O caminho mais correto de reconstruir o superávit primário, que estabilize a relação dívida-PIB, é o caminho da moderação, persistência no cumprimento das metas e previsibilidade”, continuou Haddad. O ministro também comentou a Selic, a taxa básica de juros do país. Na semana passada, o Banco Central elevou o índice para 14,25%, o maior nível desde 2016. “Do ponto de vista doméstico, não vamos ter surpresa negativa. Vamos ter seriedade na condução das políticas macroeconômicas. Temos razões para acreditar que a taxa de juros vai cumprir seu papel. Está num patamar ultrarrestritivo hoje, imaginar que ela não vai cumprir seu papel...”, ponderou Haddad.