‘Não poderemos celebrar como pretendíamos’, diz Michelle sobre aniversário de 15 anos da filha
Segundo a ex-primeira-dama, a celebração foi prejudicada devido à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou as redes sociais para homenagear a filha, Laura Bolsonaro, que completou 15 anos neste sábado (18). Segundo ela, a comemoração não aconteceu como o planejado devido às “injustiças” que a família vem enfrentando.
“Infelizmente, não poderemos celebrar como pretendíamos, por conta de uma injustiça que hoje mantém seu pai em prisão domiciliar”, escreveu Michelle na publicação.
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A festa, que contou com oito convidados após autorização do ministro Alexandre de Moraes, aconteceu em Brasília.
Ainda segundo Michelle, a adolescente está passando por algo que “nenhuma filha deveria viver”.
“Que dor no meu coração ver você ser tão exposta, passando por situações que nenhuma filha deveria viver… ter a alegria tirada do seu rosto.”
Michelle também afirmou que a filha é “profundamente amada” por toda a família, inclusive pelo irmão mais velho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro. Ela ainda agradeceu ao médico que realizou o parto de Laura.
Entenda
Por causa da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, a família precisou pedir autorização para a realização da festa. O pedido foi aceito por Alexandre de Moraes na sexta-feira (17).
Laura é a filha mais nova do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar em sua casa, em Brasília.
Entre os convidados autorizados estavam a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o pastor Márcio Trapiá, a madrinha da aniversariante, Rosimary Cordeiro, e o maquiador Agustin Fernandez.
As visitas puderam entrar na residência entre 9h e 18h, e os veículos passaram por vistorias ao deixar o local.
Prisão domiciliar
O ministro Alexandre de Moraes já havia negado um pedido da defesa do ex-presidente para revogar a prisão domiciliar e as medidas cautelares impostas, como a proibição de usar celular e redes sociais, além da retenção do passaporte.
Em setembro, a defesa solicitou a suspensão das restrições, argumentando que Bolsonaro não foi incluído na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que, portanto, não haveria fundamentos para manter as cautelares.
O pedido está ligado ao processo que envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo. Ambos foram denunciados pela PGR por supostamente tentar intimidar autoridades brasileiras e obstruir o andamento da ação penal contra o ex-presidente, relacionada à tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Em manifestação enviada em 10 de outubro, a PGR defendeu a continuidade das medidas, alegando risco de fuga e reiterados descumprimentos por parte de Bolsonaro.
Na decisão, Moraes ressaltou que o ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado e já havia desrespeitado determinações anteriores, como a proibição do uso de redes sociais.
“As providências mantidas pela Suprema Corte são imprescindíveis para evitar a fuga do distrito da culpa, bem como para assegurar a execução da pena recentemente imposta ao réu”, informou a PGR, citada na decisão de Moraes.
O ministro destacou ainda que o próprio Bolsonaro anunciou publicamente a intenção de descumprir decisões judiciais, o que configuraria “ato deliberado de afronta à autoridade do Supremo Tribunal Federal”.
“Diante desse quadro, estão configurados os pressupostos fático-jurídicos que autorizam a manutenção da prisão domiciliar e das demais cautelares”, escreveu Moraes.
A denúncia
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo foram denunciados por coação no curso do processo.
Segundo a PGR, a denúncia faz parte do inquérito que apura a atuação do parlamentar junto ao governo dos Estados Unidos para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Eduardo e Figueiredo ajudaram a promover “graves sanções” contra o Brasil antes do julgamento que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe.
A PGR aponta que ambos orquestraram uma campanha internacional de coação para influenciar o STF, buscando obter e divulgar possíveis sanções econômicas dos EUA contra o Brasil, além de medidas retaliatórias — como o cancelamento de vistos — direcionadas aos ministros da Corte, especialmente a Moraes.
“Todo o percurso estratégico relatado confirma o dolo específico de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo de instaurar clima de instabilidade e de temor, projetando sobre as autoridades brasileiras a perspectiva de represálias estrangeiras e sobre a população o espectro de um país isolado e escarnecido”, disse Gonet.
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