‘Não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido’, diz Lula, sobre atuação federal no Rio
Presidente descartou intervenção federal na área de segurança dos estados; 'Enquanto eu for presidente, não tem GLO', afirmou
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto e Ana Isabel Mansur, do R7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (27), em um encontro com a imprensa, que não haverá intervenção federal na área de segurança nos estados. “Enquanto eu for presidente, não tem GLO [Garantia da Lei e da Ordem]. Nós vamos ajudar. Nem a Polícia Federal tem que fazer o papel da polícia do estado”, disse o presidente. "Eu não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido. Eu não quero isso”, afirmou.
As missões de GLO são realizadas exclusivamente por ordem da Presidência da República, quando as forças tradicionais de segurança pública não são mais capazes de manter a ordem. A GLO concede provisoriamente aos militares autorização para atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.
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O presidente disse também que tem uma boa relação com as Forças Armadas. “Militar não é melhor que civil, e civil não é melhor que militar. O que nós queremos é que as Forças Armadas cumpram a sua missão constitucional”, afirmou. “O que aconteceu no 8 de Janeiro foi um desvio por conta de um governante que sabia tudo, menos governar. Não tinha nada de republicano na cabeça dele”, disse. “O militar tem uma escolha. Ele quer ser político, sai e vira político. Vamos garantir isso. Forças Armadas têm uma missão nobre. [...] Não podemos julgar as Forças Armadas pelo 8 de Janeiro. Quero recuperar as instituições do país”, concluiu.
Na última terça-feira (24), Lula disse durante o programa Conversa com o Presidente, que vai reforçar o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, em parceria com o governo estadual e a prefeitura. No entanto, Lula descartou a possibilidade de intervenção federal no estado. "Vamos ver como a gente pode entrar e participar ajudando. Não queremos pirotecnia, não queremos fazer intervenção no Rio de Janeiro, como já foi feito e que não resultou em nada. Não queremos tirar autoridade do governador nem do prefeito, queremos compartilhar com eles e trabalhar juntos uma saída", destacou.
Está previsto para a próxima segunda-feira (30) um encontro de Lula com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, para discutir a atuação do governo federal na crise de segurança no estado do Rio de Janeiro.