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R7 Brasília

‘Não recebi informação’  da inteligência do Exército sobre perfil dos manifestantes, diz Dutra à CPMI

General responsável pelo comando militar do Planalto na época diz que acampamento não era ilegal

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília


General presta depoimento nesta quinta-feira (14)
General presta depoimento nesta quinta-feira (14)

Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), disse não ter recebido nenhuma informação sobre o perfil dos manifestantes acampados em frente ao quartel-general do Exército. “Eu não faço parte do Centro de Inteligência do Exército e não recebi nenhuma informação desse tipo”, declarou nesta quinta-feira (14).

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), leu informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e parte do depoimento dos manifestantes que orquestraram um ataque com bomba no aeroporto de Brasília para sustentar que o local servia como base para organização e planejamento de crimes.

Eliziane citou informações que davam conta da presença dos chamados “boinas vermelhas”, um grupo formado por militares da reserva e paraquedistas, que estariam andando armados e oferecendo serviços, inclusive para fabricar explosivos. Esse relato faz parte do depoimento de Alan Diego dos Santos, condenado, assim como George Washington de Oliveira, por tentar explodir uma bomba em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022.

A partir da contextualização, a relatora afirmou que foi do acampamento que “saiu o planejamento da bomba”. Ela criticou a resposta do general sobre não saber do perfil dos manifestantes. “Dizer que não recebeu informações do serviço de inteligência ou é incompetência ou subestimar nossa capacidade de pensar. O senhor é comandante de toda a parte do Planalto e ligado ao comando do Exército.”


Continuidade do acampamento

Dutra negou ter contribuído para a continuidade do acampamento. Em ofício enviado por ele ao Governo do Distrito Federal (GDF) em 4 de novembro de 2022, no entanto, ele pede apoio do Corpo de Bombeiros, limpeza urbana e espaço próprio para estacionamento dos veículos, destacando que a formação “não tem previsão de término”.

Na avaliação de Eliziane, o pedido vem no sentido de dar conforto de permanência e não de buscar uma estruturação de retirada. Segundo ela, “a sensação é que dá condições para que esse acampamento permaneça pelo tempo que [os manifestantes] acharem necessário.


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Dutra contrapôs a hipótese sustentando que o “acampamento não era considerado ilegal” e que não cabia ao Exército declará-lo dessa maneira “sob pena de cometer abuso de autoridade”. Ele também destacou que o ofício veio no sentido de manter a integridade do Setor Militar Urbano e afirmou que "o acampamento era uma manifestação pacífica". 

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