Nicolás Maduro vota e diz que vai reconhecer resultado das eleições na Venezuela
Venezuelanos decidem neste domingo o novo presidente do país; Maduro disputa com Edmundo Gonzáles Urrutia
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília e Raul Dias Filho, da RECORD, enviado especial a Caracas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste domingo (28) que reconhecerá o resultado eleitoral no país. A declaração foi feita em uma conversa com jornalistas, após o atual presidente venezuelano votar por volta das 6h15, em um colégio localizado em uma área militar. “Eu sou Nicolás Maduro Moros e reconheço e reconhecerei o resultado eleitoral, os boletins eleitorais, e farei com que o respeitem. Chamo os dez candidatos presidenciais e os 38 partidos políticos a respeitarem, fazerem ser respeitado e declararem publicamente que acatarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral, o organismo encarregado de organizar o poder eleitoral do país”, declarou.
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Maduro acrescentou que respeita o processo eleitoral, a Constituição e a Lei do país. “A Venezuela é um país que tem uma constituição, tem leis, e todos estamos obrigados a respeitá-las. Há que se respeitar o resultado”, reforçou.
O presidente da Venezuela mandou mensagem para a população, dizendo que é o momento do povo ir às ruas para votar. Questionado sobre a possibilidade de uma reeleição, Maduro disse que pretende intensificar o diálogo econômico, social, cultural e político do país.
“Construir um projeto sólido para o futuro. Esse é um sonho compartilhado entre todos os venezuelanos: de que o país seja uma das potências emergências da América Latina”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de perder as eleições, Maduro alegou que a Venezuela vem de uma época “tortuosa” e que sofreu com muito derramamento de sangue. “Nós somos a garantia de paz [no país]. Nesse momento de histórico, somos a única garantia de paz e tranquilidade que temos no país, para seguir construindo um horizonte de uma Venezuela mais democrática”, disse.
Eleições
Os venezuelanos decidem neste domingo (28) nas urnas a eleição mais importante dos últimos 25 anos. Pela primeira vez, a oposição é a favorita para vencer, embora haja dúvidas se o governo de Nicolás Maduro respeitará os resultados. As principais pesquisas indicam vitória de Edmundo González Urrutia apoiado pela líder antichavista María Corina Machado, que foi impedida de concorrer.
González Urrutia, da PUD (Plataforma Unitária Democrática), receberia mais de 50% dos votos. Enquanto Maduro teria cerca de 20%, valor próximo às estimativas de aprovação do governo. No entanto, institutos criados recentemente pelo chavismo apontam um resultado inverso.
Ao longo do ano, o regime impôs novas regras e modificou outras para dificultar a vida da oposição. O caso mais emblemático foi a inabilitação de Corina Machado, que havia ganhado as primárias com mais de 90% dos votos.
A oposição vai para disputa unida pela primeira vez em 11 anos. O momento em que ela esteve mais perto de vencer o chavismo foi em 2013, logo após a morte de Hugo Chávez. Maduro, então vice-presidente, venceu apertado Henrique Capriles, por 50% a 49%.
Em 2018, a estratégia da oposição de boicotar a votação foi um desastre e resultou na reeleição de Maduro por ampla margem. Agora, os opositores fecharam questão com qualquer candidatura que fosse capaz de derrotar o chavismo.