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'Ninguém é besta aqui', diz Omar após relatório de Renan vazar

Após texto vazar, presidente da CPI diz que exigirá que relator o mantenha, e que não haverá mais discussão privada sobre documento

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Aziz entende que Calheiros não tem mais direito de mudar de ideia
Aziz entende que Calheiros não tem mais direito de mudar de ideia Aziz entende que Calheiros não tem mais direito de mudar de ideia

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), manifestou insatisfação com o relator Renan Calheiros (MDB-AL) após o vazamento do relatório final da comissão na imprensa. Isso porque nem os senadores do grupo majoritário tiveram acesso ao documento. O combinado era de que eles discutiram trechos nesta segunda, antes da leitura do texto, que seria na próxima terça-feira (19) e agora será na quarta (20).

Aziz disse, na tarde desta segunda (18), que Calheiros não tem mais direito de mudar de ideia, e que exige que ele mantenha os trechos vazados exatamente como estão, sem qualquer alteração.

"Antes de vazar ele podia até mudar de ideia, agora ele não tem mais direito. Na quarta a gente vê e fala o que está faltando. E publicamente, no assembleísmo, não é mais particular", afirmou.

Aziz sinalizou que o relator vazou o texto, mesmo sem consenso no grupo majoritário, para que se algo for retirado, ele possa dizer que não foi ele o responsável pela mudança.

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"Espero que ele não perca tempo e se esforce pra retirar, porque ninguém é besta aqui e a gente não coloca a carroça na frente dos bois à toa", afirmou, referindo-se ao vazamento do relatório e indicando que o vazador foi o próprio Renan. Perguntado se a divulgação do documento antes da discussão entre os senadores do grupo majoritário colocava o restante dos parlamentares em uma situação difícil, caso se contrapuserem ao texto publicamente, Aziz confirmou.

"Fica parecendo que a gente se entregou ao Bolsonaro, porque a gente está protegendo o filho do Bolsonaro. Por isso que eu estou dizendo, onde ele está indo, eu já voltei. É uma estratégia, simples. 'Agora eu já fiz o meu trabalho. Eu não queria ser um leão na CPI e miar no relatório como um gatinho'. Esse recado ele já deu lá atrás", pontuou o presidente.

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Aziz ainda disse: "É ruim querer jogar os colegas que estavam seis meses trabalhando nisso, dizendo ‘eu quis, mas eles nao quiseram’. Isso que é ruim". A reunião entre os senadores do grupo majotário, marcado para esta segunda, não vai mais ocorrer.

O presidente frisou que agora, ele e os outros parlamentares do grupo, não vão pedir a retirada de nenhum trecho do documento. Vão avaliar, apenas, se falta alguma informação importante. "Acho que ele deve manter tudo, não tem que retirar nada. Ninguém está pedindo nada para ele. Tudo que saiu na imprensa eu vou exigir que ele mantenha no relatório", afirmou.

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Questionado sobre o motivo, respondeu: "Porque ele não vai jogar e depois tirar. Tirar por quê? Por que o açodamento, então, em vazar? Há divergência no encaminhamento e aí eu tenho o direito de não ter gostado disso. Ate porque o mesmo trabalho que ele teve eu tive também. Todos trabalhamos juntos para construir o relatório". Aziz ressaltou, em diversos momentos, que se ele for votar, vai votar com o relator em todos os trechos sugeridos por ele.

"Vamos votar do jeito que o Renan trouxer. Eu peço a ele para ele não retirar, para ele não fazer isso com ele. Não tem argumento hoje de que está retirando um item porque o fulano falou. Não venha com essa conversa", disse. E completou: "Ele não tem argumentos para recuar. Você não pode jogar tinta nas pessoas e depois tentar tirar a tinta. Agora já foi", apontou.

Perguntado se não tem mais vontade de ter acesso ao relatório, disse que "zero". "Eu vou ter acesso daqui a dois dias, para que vou me afobar? A gente tem preocupação em saber quando ninguém sabe. Eu sugiro que ele não retire nada. Ele disse que estava convicto do que ele estava fazendo. Então, a sugestão minha é que ele mantenha tudo aquilo que ele vazou para não ter dúvida do nosso comportamento", relatou.

'Marido traído'

Omar Aziz afirmou que seria correto e "de boa ideoneidade" que os senadores soubessem do relatório nesta segunda para discutir de forma conjunta ponto a ponto. "Marido traído é o ultimo a saber", afirmou.

O presidente da CPI pontuou que a sua preocupação é que seja tipificado uma série de crimes e que isso coloque tudo a perder. "Esse é meu medo; é quando você faz uma denúncia frágil em cima de uma coisa que está colocando ali sem embasamento técnico e isso cair. Isso que me preocupa", frisou.

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