Mais de 2.000 pessoas vivem em áreas de alto risco de erosão, deslizamentos, inundações e enxurradas no Distrito Federal, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Destas, 200 estão em locais considerados de "risco muito alto". No total, foram identificadas 104 áreas de risco em 22 regiões administrativas da capital federal.
Entre as regiões analisadas estão Planaltina, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Sobradinho, Vicente Pires, Fercal, Sol Nascente/Pôr do Sol, Sol Nascente e Arniqueira. Segundo o SGB, as áreas de risco são reconhecidas pela forte presença de sinais de instabilidade, como trincas no solo e postes ou árvores inclinados, por exemplo.
•Compartilhe esta notícia no WhatsApp
•Compartilhe esta notícia no Telegram
Em quase 82% dos casos no Distrito Federal, as áreas são caracterizadas por risco de deslizamento. Em 9%, há risco de as enxurradas provocarem danos. Em dezembro do ano passado, por exemplo, uma moradora de Sol Nascente/Pôr do Sol teve a casa invadida por uma enxurrada após o muro da residência desabar durante um temporal.
Entenda a operação da Polícia Federal que prendeu a alta cúpula da Polícia Militar do DF
Em épocas de chuva, a situação se agrava em algumas regiões do Distrito Federal. Em abril, um homem com deficiência precisou ser resgatado de um carro preso por uma enxurrada na região (veja vídeo abaixo).
Infraestrutura
A maior parte das regiões analisadas não possui infraestrutura urbana, saneamento básico nem sistemas de drenagem, informou a pesquisa. Ainda de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro, a carência desses serviços contribui para a formação de fossas, que podem favorecer deslizamentos e erosão.
Segundo informação da Defesa Civil do Distrito Federal, novas visitas estão sendo realizadas nos locais catalogados na pesquisa para verificação da evolução dos casos. "A Defesa Civil informa ainda que faz o monitoramento de áreas de risco do Distrito Federal, principalmente no período de chuvas, a fim de verificar ameaças e vulnerabilidades geotécnicas, estruturais e ambientais", disse a instituição.
Situação no Brasil
No país, quase 4 milhões de pessoas vivem em situação de risco geológico. Segundo o SGB, de 13 mil localidades em perigo, 4.000 são consideradas de “risco muito alto”.
Entre os estados mais impactados estão Santa Catarina, com 2.943 áreas em risco; Minas Gerais, com 2.928; Espírito Santo, com 1.033; e Pará, com 959. De acordo com o ranking disponibilizado pela entidade, o DF está entre as unidades da Federação com menos zonas de perigo.