No Palácio do Planalto, vândalos destruíram relógio doado pela corte francesa a dom João 6º
O objeto ficava no 3º andar, próximo ao gabinete do presidente da República, e tem 'valor considerado fora do padrão'
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Durante a invasão do Palácio do Planalto, em Brasília, no último domingo (8), extremistas destruíram um relógio do século 17 que foi doado pela corte francesa a dom João 6º.
O objeto ficava no 3º andar, onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi fabricado por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei Luís 14. Existem apenas dois relógios desse autor — o outro está exposto no palácio de Versalhes, na França.
De acordo com o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas é "muito difícil" a restauração do relógio de Balthazar Martinot.
"O valor do que foi destruído é incalculável, por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante esse longo período. É esse o seu valor histórico", disse Carvalho. "Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do modernismo brasileiro", completou.
Extremistas que não aceitam a vitória de Lula nas urnas furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em Brasília.
Diante do cenário, o presidente da República decretou intervenção federal na segurança do Governo do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. O interventor escolhido por Lula é Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Há previsão de análise desse decreto pelo Congresso Nacional na terça-feira (10).
Já o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu afastar o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias.