Amauri Ribeiro é agropecuarista
Reprodução/TV Alego - 6.6.2023O deputado estadual Amauri Ribeiro (União-GO), da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), admitiu, em discurso na última terça-feira (6), ter feito doações para os acampamentos de extremistas, que levaram aos atos de depredação em 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ribeiro disse ter contribuído com quem estava reunido no Quartel do Exército em Goiânia (GO), onde também acampou.
"Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender. Eu sou um bandido, um terrorista, um canalha na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, água, dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta [do quartel de Goiânia], porque sou patriota. O dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nesta nação, que defende este país e que não concorda com governo corrupto e bandido", declarou o deputado estadual, no plenário da Alego. À reportagem, ele negou participação nos acampamentos de Brasília.
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A fala do deputado ocorreu durante discussão com o também parlamentar Mauro Rubem (PT). Ao R7, Ribeiro confirmou as informações. "Estávamos acampados na porta do Quartel do Exército de Goiânia, milhares de patriotas. Comprava água, pão, leite para crianças que estavam lá, comida para quem estava com fome. Estes são os Terroristas que como eu estavam pacificamente e que ajudei na porta do quartel em Goiânia. Se essas pessoas merecem ser presas, eu também mereço. Nosso movimento sempre foi pacífico e assim foi com muitos que estão presos, que não participaram de vandalismo. Nosso movimento acabou em 31 de dezembro de 2022, [quando] fomos para casa, tristes pela realidade de nosso país", declarou.
Ele já tinha declarado apoio aos movimentos que contestavam o resultado das eleições presidenciais de 2022 em pelo menos duas ocasiões, também no plenário da Alego, em 3 de novembro do ano passado e em 20 de abril.
Por meio de nota, a assessoria do parlamentar afirmou ao R7 que as "falas foram retiradas de contexto com o claro e evidente objetivo de associar sua imagem aos atos criminosos que aconteceram em Brasília".
O texto diz também que Amauri Ribeiro destaca que "as manifestações, em sua grande maioria, foram realizadas de forma pacífica por patriotas que pernaneceram acampados na porta de quartéis e não cometeram nenhum tipo de crime".
Sobre os crimes cometidos em Brasília, o deputado "enfatiza que sempre condenou e pediu punição para aqueles que cometeram atos de violência e depredação", acrescenta a nota.
De acordo com informações do portal da Alego, Ribeiro é natural de Trindade (GO) e foi para Pirancajuba (GO) aos 10 anos. Trabalhou, durante a infância e parte da juventude, na roça, onde atuou como vaqueiro, peão, tirador de leite e inseminador bovino. Com ensino superior incompleto, o deputado se declara agropecuarista. Entrou na política em 2008, quando foi eleito vereador por Piracanjuba. Em 2012, elegeu-se prefeito do município. Está na Alego desde 2018.
Do total de detidos após os atos extremistas de 8 de janeiro, 253 continuam presos, dos quais 186 são homens e 67, mulheres. No total, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 1.390 pessoas. Quem já foi liberado é monitorado por meio de tornozeleira eletrônica. Os prejuízos dos atos somam R$ 26,2 milhões.