Novo comandante do Exército vai fazer 'costuras internas', diz ministro da Defesa
José Múcio Monteiro fez declaração nesta segunda-feira (23), após café da manhã com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou, nesta segunda-feira (23), que o novo comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, vai fazer "costuras internas" após a demissão de Júlio César de Arruda.
"Ele prometeu servir ao país no comando do Exército. Está entusiasmado. Evidentemente que existem algumas costuras internas para fazer, a coisa foi muito rápida, mas nós tínhamos que fazer o que foi feito", afirmou o ministro da Defesa.
Múcio se encontrou, na manhã desta segunda-feira (23), com o novo comandante do Exército. Após o café da manhã, o ministro da Defesa falou com jornalistas e defendeu punição aos militares. "Se foi culpado, vai pagar. Quem não for, evidentemente que não vai", disse.
Ainda segundo o ministro da Defesa, houve "quebra de confiança" na relação de Lula com os militares. "De maneira que fica muito difícil trabalhar quando as coisas ficam sob suspeita, se vai ou não tomar uma providência. Mas está tudo em paz, tudo calmo. Foi um fim de semana de muito trabalho."
Novo comandante do Exército
No último sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Júlio Arruda do comando do Exército. A demissão ocorreu após indisposição do governo com os militares por causa da invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Parte dos extremistas que atacaram os prédios públicos estava acampada em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Júlio Arruda foi nomeado para o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, em um acordo entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e a gestão Lula, que se preparava para assumir o poder.
Tomás Miguel, o novo chefe do Exército, é o autor da primeira manifestação pública de um comandante militar desde os ataques na capital federal. Em um discurso voltado à tropa, ele afirmou que o resultado das urnas deve ser respeitado.
"Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e direitos individuais e públicos. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna", disse.