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R7 Brasília

Novo vídeo mostra momento em que advogado atropela servidora

Paulo Ricardo Moraes Milhomem está preso preventivamente. MP vai recomendar manutenção da prisão

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

O advogado da família da servidora pública Tatiana Thelecildes Fernandes Machado Matsunaga, 40 anos, atropelada em frente à própria casa após uma briga de trânsito juntou um novo vídeo aos autos do processo na Justiça. Para Frederico do Valle Abreu, o vídeo mostra que Paulo Ricardo Moraes Milhomem tinha intenção de atingir a vítima. O crime aconteceu na QI 15 do Lago Sul, na manhã de quarta-feira (25/8). Nas novas imagens, é possível ver o momento em que o motorista se afasta do marido da servidora, que saiu de casa após ouvir a discussão dos dois, e avança contra Tatiana.

Milhomem cometeu o crime na frente da casa da vítima e acabou flagrado pelas câmeras de segurança da residência. As imagens são fortes. Na gravação, é possível ver o momento em que o criminoso atinge a mulher com o carro para, então, passar por cima dela. Ele fugiu sem prestar socorro e só se entregou à polícia horas depois, acompanhado de um advogado, quando a perseguição pelo criminoso já havia começado.

O estado de saúde de Tatiana ainda é considerado grave. Ela segue inconsciente e internada na Unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília. De acordo com Valle, os médicos estão, lentamente, retirando a sedação da paciente. Ela sofreu um traumatismo craniano grave, mas ainda não é possível saber se o ferimento deixará sequelas. “A família está arrasada. O filho, bastante assustado. Foi uma coisa fútil e absurda. Vamos levando e rezando para que ela melhore”, afirmou o defensor.

Habeas corpus


O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) encaminhou, na noite desta quarta-feira (1/9), parecer contrário ao pedido de habeas corpus do advogado de Paulo Ricardo Moraes Milhomem. O pedido de soltura de Milhomem será julgado pela 2ª Turma do tribunal de Justiça Do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) no início da próxima semana.

O relator do caso no TJDFT, o desembargador Roberval Casemiro Belinati, tinha negado o pedido de habeas corpus da defesa de Milhomem em 27 de agosto, mas os defensores recorreram. No parecer do MPDFT, a procuradora Marinita Maria da Silva alega que a forma de agir do suspeito, “revela periculosidade concreta da conduta, o que anima a manutenção de sua prisão cautelar”.


“Em decorrência da gravidade concreta da conduta e da periculosidade do paciente, sua prisão preventiva é medida que se impõe, ainda mais quando se verifica na hipótese que as medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal são insuficientes e inadequadas ao caso sob análise. Manifesta-se o MPDFT pelo conhecimento e denegação da ordem”, concluiu a promotora no documento.

Suspenso


Nesta terça (31/8), o Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da Ordem dos Advogados do Brasil suspendeu por 90 dias o registro de defensor do acusado, após um processo administrativo instaurado de ofício pelo presidente do TED, Antonio Alberto do Vale Cerqueira. Além disso, também na terça, a 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), concluiu e encaminhou ao MP o inquérito que investiga o crime. Milhomem deverá responder por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil.

“No que diz respeito à conclusão do inquérito, não há mais o que ser analisado. Está tudo lá. o próprio Cláudio, o marido, é uma testemunha. Elementos fáticos poderão ser avaliados pela defesa no correr do processo, mas está tudo óbvio. Eu juntei nos autos do inquérito, na Justiça, um último vídeo que foi baixado, de uma outra Câmara, onde se vê que ele desvia do Cláudio, e vai em cima da Tatiana. Ela tenta sair, ele acelera, joga pra cima, quando ela cai, ele acelera mais”, narrou o advogado da família.

A família pretende pleitear na Justiça que Valle seja assistente da acusação. “A defesa (de Milhomem) terá que apresentar elementos que a sociedade, que viu o vídeo, não tenha percebido. Porque todo mundo viu as imagens. A defesa diz que ela teria se jogado na frente do carro e impedido a saída. Isso também não seria motivo para passar por cima. Depois, que ele teria tentado desviar. E não tem esse negócio. Ele sai da frente do marido e avança. Se fosse sem querer, ele pararia. A partir dali, é o que causa a gravidade. Ele acelerou e passou com as quatro rodas em cima dela”, afirmou o advogado da família.

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