‘Nunca fiz mal a ninguém’, diz youtuber suspeito de jogo ilegal
Klebim fez primeira postagem após deixar prisão; ele é suspeito de liderar esquema de jogos de azar e de lavagem de dinheiro
Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília
Em sua primeira publicação em redes sociais depois de passar cinco dias preso, o youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido como Klebim, pediu desculpas a seus seguidores e citou sua família na postagem. “Desculpa (sic) se decepcionei vocês. Eu nunca fiz mal a ninguém, só quero o sorriso da minha família de volta”, escreveu no Instagram.
Klebim foi preso sob acusação de liderar um esquema de jogos de azar e promover lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, o youtuber e outras três pessoas atuavam desde 2021 no sorteio de veículos de luxo por meio de rifas. Além de não ter autorização para realizar a ação, o grupo fazia os sorteios sem recolher impostos e lavava o dinheiro por meio de laranjas e empresas de fachada. Em dois anos, o grupo teria movimentado mais de R$ 20 milhões.
Klebim acabou preso em operação da DRF/Corpatri (Divisão de Repressão a Roubos e Furtos, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais) na última segunda-feira (21). A Justiça do Distrito Federal, porém, não aceitou o pedido de prisão preventiva contra o youtuber e as outras três pessoas, revogando a prisão temporária. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica.
Durante a madrugada deste sábado (26), Klebim deixou a prisão e foi recebido por amigos e apoiadores. Imagens feitas pelo cinegrafista Wellington Cabelo, pelo auxiliar Roberto Chaves e pela repórter Daniela Brito mostram o youtuber conversando com o grupo e rindo em alguns momentos (veja vídeo abaixo).
De acordo com decisão da Justiça, o youtuber tem de permanecer em casa entre 19h e 6h, está impedido de frequentar ambientes como bares e casas de shows e deve manter distância dos outros três investigados.
Kleber tem 4 milhões de seguidores nas redes sociais: 1,6 milhão na página pessoal do Instagram, 1,3 milhão na página da empresa EstiboDub e 1,27 milhão no canal da empresa no YouTube. Desde que foi preso, o youtuber ganhou mais de 200 mil seguidores na internet.
Investigações
A apuração da polícia revelou que o grupo era liderado por Klebim. Pelas redes sociais, ele promovia rifa de veículos de forma proibida. Os veículos eram preparados com rodas, suspensão e som especiais e as rifas eram anunciadas em uma página na internet.
Klebim foi preso na casa em que mora com a mãe e a companheira, no Park Way. Quatro carros estavam na garagem da residência, entre eles um Lamborghini Huracán, avaliado em R$ 3 milhões, e uma moto aquática. Também foi sequestrada uma mansão no Park Way, determinado o confisco de R$ 10 milhões das contas dos investigados e apreendidos celulares e computadores, com autorização da Justiça.
"O dinheiro das rifas ilegais era lavado em empresas de fachada e depois utilizado na aquisição de veículos e propriedades de alto luxo. O ajuste criminoso era estável e capitaneado por 'influenciadores digitais', que arrastavam milhares de seguidores com o falso discurso de legalidade das rifas de veículos", detalha Fernando Cocito, diretor da DRF.