O deputado federal André Janones (Avante-MG) negou, nesta segunda-feira (27), ter cometido rachadinha com o salário de assessores. O parlamentar disse nunca ter recebido "um único real de assessor" e acusou o que chama de "extrema direita" de promover "escândalos fabricados". A resposta veio depois da repercussão de um áudio gravado em 2019 durante uma reunião com a equipe, ocasião em que o político teria pedido parte dos salários para pagar despesas de campanha. Janones não nega a fala, mas diz que foi usada "uma gravação clandestina, criminosa e fora de contexto" para tentar imputar ao parlamentar um crime que ele diz jamais ter cometido. "É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022, já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados", defendeu-se Janones. Além de negar ter recebido dinheiro dos assessores, Janones afirma que toparia abrir mão do sigilo bancário. "Eu não tenho o que esconder", garante. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto A gravação é de 5 de fevereiro de 2019 e foi feita pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, durante a primeira reunião após os funcionários tomarem posse. Cefas contou à reportagem que "o esquema rodou no gabinete e era mensal". Ele afirmou, ainda, que levaria o material ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e para a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Segundo a fala de Janones, a verba arrecadada seria usada para cobrir um rombo de R$ 675 mil nas contas pessoais dele. O parlamentar afirma ter precisado vender casa e carro, além de ter usado dinheiro da poupança e da previdência para bancar a disputa eleitoral. No áudio, Janones diz que daria salários maiores a alguns servidores para que esses valores extras pudessem ser devolvidos ao deputado como forma de ajudar a pagar as contas do que ficou da campanha de prefeito. Nas eleições presidenciais de 2022, Janones chegou a oficializar a candidatura para concorrer pelo Avante, mas desistiu, para apoiar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante o período eleitoral, Janones fez um grande movimento usando as redes sociais para disseminar informações contra o candidato da oposição e ex-presidente Jair Bolsonaro. À época, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou Janones excluir diversas publicações das redes por divulgação de conteúdos inverídicos. Mesmo com o forte apoio a Lula durante a campanha, Janones ficou fora dos cargos do primeiro escalão do presidente eleito. O deputado chegou a integrar o grupo técnico de comunicação social da equipe de transição de governo, mas não entrou no rateio dos altos cargos.