Ômicron preocupa onde há baixa cobertura vacinal, diz Queiroga
Ministro reforçou que testes serão distribuídos a estados e municípios e poderão ser feitos em locais 'de grande aglomeração'
Brasília|Isabella Macedo, do R7, e Bia Gurgel, da Record TV
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na tarde deste sábado (8) que a principal preocupação em relação à variante Ômicron da Covid-19 é a cobertura vacinal em alguns pontos do país. Queiroga anunciou mais cedo que o Ministério da Saúde vai distribuir a estados e municípios 28,2 milhões de testes rápidos de antígeno para detecção da doença.
"O que nos preocupa hoje em relação à variante Ômicron é justamente porque existem regiões no país onde a cobertura vacinal ainda é baixa", reforçou Queiroga na porta do Ministério da Saúde, onde participou de reuniões neste sábado. Segundo ele, os testes poderão ser feitos em locais "de grande aglomeração", como rodoviárias, shoppings e aeroportos.
"Os municípios podem adotar esse tipo de estratégia para aumentar a capacidade dos diagnósticos. Agora, é fundamental que esses diagnósticos sejam revertidos para a plataforma do Ministério da Saúde para que possamos acompanhar o aumento dos casos”, completou o ministro.
O Ministério da Saúde ainda enfrenta dificuldades com o apagão de dados causado por ataques de hackers em dezembro. Queiroga, entretanto, disse que a subnotificação de casos sempre existiu. "Subnotificação sempre houve e não tem a ver com ataque de hackers, isso é gigantismo no Sistema Único de Saúde. As dificuldades crônicas que temos dentro do sistema de saúde, estamos diminuindo", garantiu.
Segundo o ministro, os dados deverão estar disponíveis à população a partir desta semana. “Acredito que no começo desta semana esses dados já estarão todos restituídos e à disposição da sociedade brasileira”, completou.
Quarentena e aeroportos
Queiroga também disse não acreditar que restrições em aeroportos possam impedir a entrada de variantes no país. Medidas restritivas de entrada nos países, inclusive no Brasil, têm sido adotadas desde o início da pandemia, em 2020, para evitar aumento nas contaminações por novas variantes.
"Não tem como (fechando aeroportos) você impedir que as variantes entrem, porque antes das variantes serem identificadas elas já estão espalhadas pelo mundo todo. O comitê vai analisar, porque quem define a política pública é o Executivo, não é agência nenhuma, a agência cuida da regulação.”
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passou a recomendar, em dezembro, que portos e aeroportos cobrem dos viajantes o comprovante de vacinação contra a Covid-19. A medida foi tomada em atendimento à decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Queiroga também afirmou que o ministério avalia a redução do tempo de quarentena. Segundo ele, o Rio de Janeiro (RJ) já recomenda uma quarentena de apenas cinco dias para pessoas sem sintomas da Covid-19. "Esse é um ponto que está sendo analisado. Aliás, o município do RJ já recomendou isso, aqueles que durante cinco dias estão assintomáticos e com recomendação médica e teste negativo estão liberados."