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'Ou vota, ou perde a terra', diz ex-militante do MST que criticou o PT na CPI

Vanuza dos Santos de Souza participou do movimento no Sul da Bahia e diz ter sido expulsa de acampamento no estado

Brasília|Do R7

Sessão que ouviu Vanuza foi marcada por bate-bocas
Sessão que ouviu Vanuza foi marcada por bate-bocas Sessão que ouviu Vanuza foi marcada por bate-bocas

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta terça-feira (8), a ex-integrante do movimento Vanuza dos Santos de Souza declarou que era coagida a votar em candidatos do PT na região. Ela fazia parte do Acampamento São João, no Sul da Bahia, e diz ter sido expulsa da casa que construiu no assentamento, após começar a discordar das ações do grupo.

Não estou aqui para difamar o movimento%2C é para minha honra%2C minha honestidade. Só queria ser dona de mim. Vocês [dirigindo-se aos parlamentares da CPI] foram eleitos por nós. Nunca tive a liberdade de votar fora do PT. Não fui obrigada por certo tempo%2C eu acreditava. Mas todo mundo erra. Ou você vota [no PT]%2C ou perde a terra. Esse movimento no extremo sul da Bahia age criminalmente quando alguém diz 'não' pra eles.

(Vanuza dos Santos de Souza, ex-integrante do MST)

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A sessão da CPI ouviu ainda Benevaldo da Silva Gomes, ex-participante do acampamento Egídio Bruneto, no interior de São Paulo, e Elivaldo da Silva Costa, presidente do Projeto de Assentamento Rosa do Prado, localizado entre os municípios do Prado e Alcobaça, no extremo Sul da Bahia.

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A reunião foi marcada por desavenças e bate-bocas entre deputados da oposição e do governo. "É uma vergonha para mim [estar na CPI]. Eu vi a cara de demagogia dos representantes dos meus país, que não sabem, não viram e não querem saber. Muitos de vocês necessitam daquela massa de manobra. Eu me envergonho hoje de ser brasileira. Estou com vergonha aqui", afirmou Vanuza.

De acordo com o depoimento da ex-militante, as desavenças com o movimento começaram em 2018. "Nos últimos seis anos, eu comecei a não querer mais participar das atividades do movimento e comecei a ser perseguida dentro do acampamento, [a ser] ameaçada de [me] mandar embora e de desocupar o lote. Outras pessoas [também passaram por isso]. A fala era assim: 'Se não fizer isso ou aquilo, ou se não der isso ou aquilo, a porta da rua é serventia da casa'", relembrou, ao citar que eram pedidas contribuições em dinheiro e participação das invasões.

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O R7 aguarda um posicionamento do PT. O MST, em nota, criticou a CPI. "Usar a Comissão como palco para agitar sua base social e deslegitimar a luta pela terra, na tentativa de encontrar um caminho para a criminalização da Reforma Agrária, é um desserviço à sociedade brasileira", disse o movimento.

CPI lançada em maio

A CPI do MST foi instalada na Câmara em 17 de maio, com prazo de 120 dias para a conclusão dos trabalhos, prorrogável por mais 60. O grupo investiga a atuação de movimentos sociais que lutam pela reforma agrária no Brasil. Em julho, o presidente do colegiado, deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), adiantou ao R7 que vai pedir o prolongamento dos trabalhos

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