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Em CPI, José Rainha diz que vai levar motivo da divergência com o MST 'para o cemitério'

Ativista pela reforma agrária respondeu aos questionamentos sobre a atuação do movimento nas ocupações em propriedades

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Líder da Frente Nacional de Lutas, José Rainha Júnior
Líder da Frente Nacional de Lutas, José Rainha Júnior Líder da Frente Nacional de Lutas, José Rainha Júnior

O líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha Júnior, afirmou nesta quinta-feira (3) que vai levar "para o cemitério" os motivos da divergência com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A declaração foi dada em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que investiga as invasões de terra ocorridas nos últimos anos.

Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ativista tem direito ao silêncio quando as respostas puderem incriminá-lo. No entanto, ele tem respondido às perguntas dos parlamentares.

Questionado pelo relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), Rainha confirmou que integrou o MST até 2003 e que, em seguida, saiu para fundar a FNL. Ele, no entanto, não quis explicar o motivo do afastamento. "Todos os movimentos têm suas divergências. A minha ordem de divergência política com o MST eu prefiro dizer que levarei para o cemitério."

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Em seguida, Salles alfinetou Rainha: "Provavelmente, se as expuser, vai mais cedo para o cemitério". O sindicalista disse, então, que saiu do MST por decisão própria, e não por expulsão.

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O depoimento de Rainha é um dos mais aguardados da CPI do MST e partiu de um requerimento sugerido por três deputados da oposição: Kim Kataguiri (União-SP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES). Nas justificativas, Kataguiri e Evair Vieira de Melo afirmaram que o líder de movimento social é um dos "acusados de praticar extorsões contra produtores de terras invadidas na região de Presidente Prudente (SP)".

Já Rodolfo Nogueira lembrou que Rainha já foi vinculado ao MST, e sua convocação "poderia buscar informações e esclarecimentos sobre suas ações e decisões".

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Acompanhe a sessão

Quem é José Rainha

José Rainha Júnior, mais conhecido como Zé Rainha, é um sindicalista e ativista pela reforma agrária e foi uma das principais lideranças do MST na década de 1990. Ele acabou afastado do grupo em 2007, por divergências políticas com a cúpula da entidade. Em 2014, tornou-se militante da Frente Nacional de Lutas no Campo e Cidade (FNL), grupo que também ajudou a fundar.

Durante os anos de militância, Rainha acumulou processos na Justiça. Ele chegou a ser condenado em instâncias primárias por extorsão e homicídio de um fazendeiro. No entanto, foi inocentado em instâncias superiores.

Em 2015, Rainha foi preso por suspeita de desviar dinheiro público destinado à reforma agrária no Pontal do Paranapanema (SP). No mesmo ano, foi condenado por extorsão, formação de quadrilha e estelionato. Em março de 2023, ele voltou a ser preso também por suspeita de extorsão contra proprietários rurais na cidade de Mirante do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo.

A FNL alegou que a prisão de José Rainha era "de cunho político" e foi um "ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra".

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