Durante evento em Brasília, Pacheco defende corte de gastos com privilégios e desperdícios
A declaração ocorreu antes de Rodrigo Pacheco se dirigir ao Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Lula
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou nesta quarta-feira (13), durante o Fórum Brasil, em Brasília, seu apoio à redução de gastos com privilégios e desperdícios na administração pública.
“É absolutamente legítimo se defender cortes de gastos com privilégios, desperdícios, sobreposição de funções, de modo que nós estamos absolutamente imbuídos desse propósito”, afirmou Pacheco.
Ele prometeu que o mesmo engajamento que o Congresso Nacional teve em reformas importantes, inclusive a reforma tributária, será usado para a discussão do gasto público no Brasil.“Seja para sua qualificação, seja para aquilo que se apelidou dizer ‘cortes’”, disse.
LEIA TAMBÉM
A declaração ocorreu antes de Pacheco se dirigir ao Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para as 9h. O encontro foi convocado para discutir a agenda de corte de gastos que o governo federal vem analisando desde outubro.
Essa reunião era aguardada desde que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que os líderes das Casas Legislativas deveriam ser informados sobre o plano de ajustes antes do anúncio oficial.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também será consultado sobre as medidas de revisão de despesas em breve, apesar de ainda não ter recebido um convite formal.
Nesta semana, Haddad afirmou que o avanço das discussões sobre o pacote de cortes dependerá de uma série de reuniões.
A principal delas está prevista para esta quarta-feira (13), quando serão debatidos possíveis ajustes no orçamento do Ministério da Defesa, sob comando do ministro José Múcio Monteiro.
O Fórum Brasil conta com a participação de figuras públicas e representantes do setor privado, incluindo Rodrigo Pacheco (presidente do Congresso), Luís Roberto Barroso (presidente do STF), Luciana Santos (ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação), Mário Sarrubo (secretário nacional de Segurança Pública), Celina Leão (vice-governadora do Distrito Federal), os senadores Eduardo Braga e Eduardo Gomes, além de líderes empresariais.
Resistências e impacto no orçamento
As medidas enfrentam resistência dentro do próprio governo, especialmente de setores políticos e da base de apoio do PT. Haddad tem sido pressionado a finalizar o pacote de ajustes, que inclui possíveis revisões em despesas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Fundeb, seguro-desemprego e abono salarial.
Essas ações são consideradas cruciais por analistas financeiros para garantir a sustentabilidade do novo marco fiscal, que substituiu o teto de gastos em 2023. No entanto, previsões do mercado indicam que o governo federal pode não alcançar as metas fiscais projetadas para 2024 e nos anos seguintes até 2027.