Padre Kelmon processa igreja por danos morais e pede indenização de R$ 500 mil
Candidato à Presidência em 2022 pede direito de resposta após igreja ortodoxa ter dito que ele nunca foi membro da instituição
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Candidato do PTB nas eleições presidenciais de 2022, Padre Kelmon processou a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil por danos morais e pediu uma indenização de R$ 500 mil. Na ação, Padre Kelmon também quer direito de resposta a um comunicado produzido pela entidade, em setembro do ano passado, que negou que ele fizesse parte da igreja.
Segundo o advogado de Padre Kelmon, Diego Maxwell Medeiros, o documento da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil prejudicou a atuação dele como padre. “Na realidade, isso causou um estresse muito grande. Fez com que alguns dos projetos que ele tinha na área social pelo Brasil não fossem para a frente pela descrença de algumas pessoas na veracidade do fato de ele ser padre”, disse o advogado ao R7.
Nas eleições de 2022, inicialmente Padre Kelmon foi lançado pelo PTB como vice na chapa de Roberto Jefferson. No entanto, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro de candidatura de Jefferson, o PTB efetivou Padre Kelmon como concorrente à Presidência da República.
Padre Kelmon ganhou mais visibilidade ao participar de debates na televisão com os demais candidatos, que passaram a questionar se ele de fato seria padre. Como resposta, ele afirmou ser sacerdote ortodoxo.
A Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil decidiu se manifestar pelo fato de Padre Kelmon sempre ser visto com vestimentas e insígnias características da igreja, como um capuz preto bordado com 12 cruzes brancas. Em nota, a instituição afirmou que não tinha “nenhum comprometimento” com Padre Kelmon, tampouco relação “com qualquer um de seus feitos, passados ou presentes”.
“O referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais, bem como não é e nunca foi seminarista nem membro do clero de nossa Igreja em nenhum dos três graus da ordem (diácono, presbítero/padre e bispo), quer no Brasil, quer em qualquer outro país, e também não é e nunca foi membro leigo ou clérigo de nenhuma de nossas Igrejas irmãs.”
O padre Caio Queiroz, que faz parte da entidade, disse ao R7 que o processo movido por Padre Kelmon causou estranheza. Segundo ele, a nota da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil serviu apenas para informar que Padre Kelmon não tinha relação com a instituição e em momento nenhum atingiu a honra dele.
“Durante o período eleitoral, ele foi posto em xeque pelo país inteiro, e não por nós. Nós não questionamos o sacerdócio dele. Como ele fazia uso de vestes próprias da nossa igreja, publicamos a nota para informar que ele não era membro da nossa igreja e nunca foi clérigo ordenado nem padre na nossa igreja. Causou muita surpresa esse processo.”