Palestina permite representante do Brasil na região, diz governo

O governo da Palestina concedeu anuência ao ministro de segunda classe João Marcelo Queiroz Soares para exercer o cargo de chefe do escritório de representação do Brasil no país. A medida foi anunciada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (4).

“O governo brasileiro informa, com satisfação, que o governo do Estado da Palestina concedeu anuência” ao ministro, que atualmente exerce a função de ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em Abuja, capital da Nigéria. “Trata-se de sua primeira designação para chefia de posto no exterior”, acrescenta o texto.

Localizada no Oriente Médio, a Palestina é alvo de ataques em decorrência da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O Brasil é à favor da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e intercede para um processo que visa a concretização da solução de dois Estados.

“[Sendo] um Estado da Palestina, independente e viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, diz o governo brasileiro.

Entenda divisão da Cisjordânia

A Autoridade Palestina é uma entidade semiautônoma estabelecida como parte dos Acordos de Oslo, assinados entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), em meados da década de 1990. O órgão provisório foi criado para governar partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

A disputa territorial entre Israel e a Palestina ocorre até os dias hoje. Foi a partir dela que se iniciou a guerra entre Israel e Hamas. O grupo terrorista não aceita a existência do governo israelense e quer a sua destruição para dominar a região. Já a Autoridade Palestina, concebida como um governo interino, reconhece a soberania do Estado israelense e hoje é responsável pelos palestinos na Cisjordânia.

A Cisjordânia é uma região localizada no Oriente Médio, entre Israel e a Jordânia. Ela é o lar de uma grande população palestina e também de colonos israelenses. As cidades mais importantes da Cisjordânia incluem Jerusalém Oriental (considerada por muitos como parte da Cisjordânia, embora Israel a tenha anexado), Ramallah, Belém e Hebron.

O território tem uma história complexa: a Cisjordânia foi ocupada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Antes disso, estava sob controle jordaniano. A Autoridade Palestina tem autonomia administrativa em partes da Cisjordânia, segundo os Acordos de Oslo. No entanto, Israel mantém o controle militar sobre grande parte da área, incluindo fronteiras, recursos naturais e outras infraestruturas essenciais.