Para evitar 'drible', comissão no Senado aprova convocação do ministro interino do MEC

A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quinta-feira (31) dois requerimentos de convocação e de convite do ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga, para que ele preste esclarecimentos sobre a atuação de pastores no Ministério da Educação na liberação de recursos públicos a municípios. Inicialmente, os senadores vão enviar o convite ao ministro, mas, caso ele não compareça, vão oficializá-lo com o pedido de convocação, que tem caráter coercitivo.

A aprovação de dois requerimentos se dá para evitar o que aconteceu no caso do ex-ministro Milton Ribeiro, que se colocou à disposição do Congresso para evitar a sua convocação. Na ocasião, o ex-ministro ligou para o presidente da comissão, Marcelo Castro (MDB-PI), e disse que iria ao Senado para falar sobre as acusações. Mesmo depois de ser exonerado do cargo, ele confirmou que iria ao Parlamento. No entanto, na última quarta-feira (30), o MEC informou por meio de nota que Ribeiro não mais iria na comissão.

Castro chamou a postura do ex-ministro de "deselegante", e disse que só ficou sabendo que ele não iria na manhã desta quinta-feira, quando já estava preparado para ouvi-lo. O senador explicou que na noite da última quarta-feira, o atual ministro também telefonou para dizer que estava à disposição da Casa. 

"Nós aprovamos os dois [requerimentos] com o compromisso de que enviamos primeiro o de convite para o ministro e esperamos que ele compareça, uma vez que ontem ele telefonou se prontificando a dar esclarecimentos, e acreditamos que ele virá. Dando os esclarecimentos, está tudo resolvido", afirmou. A ideia é ouvir o ministro em duas semanas. 

Antes, os senadores vão ouvir prefeitos que foram assediados pelos pastores, na próxima terça-feira (5). A comissão aprovou a tomada de depoimento dos prefeitos de Rosário (MA), Calvet Filho; Luís Domingues (MA), Gilberto Braga; Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza; Guarani D’Oeste (SP), Nilson Caffer; Três Corações (MG), Reinaldo Vilela Paranaíba Filho; Anajatuba (MA), Helder Aragão; Centro Novo (MA), Junior Garimpeiro; e Bom Lugar (MA), Marlene Miranda.

Além disso, os senadores aprovaram requerimentos de informações ao ministro interino da Educação e ao ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário. Os senadores já haviam aprovado requerimento para ouvir os dois pastores citados no caso, Gilmar Santos e Arilton Moura. As oitivas estão previstas para a próxima quinta-feira (7), junto com o presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes da Ponte.