PEC da escala 6x1 aumenta inflação e reduz produtividade, diz federação de MG
Fiemg diz que PEC ‘traria uma série de possíveis implicações para o mercado de trabalho e para a economia brasileira'
Brasília|Do R7, em Brasília, com informações do Estadão Conteúdo
A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) manifestou “preocupação” com a PEC (proposta de emenda à Constituição) que dá fim à escala 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso).
leia mais
Em nota divulgada nesta terça-feira (12), a entidade diz que a PEC “traria uma série de possíveis implicações para o mercado de trabalho e para a economia brasileira”.
Segundo a Fiemg, a PEC provocaria “perda de produtividade”, com um impacto negativo de R$ 8,5 bilhões para as indústrias brasileiras e de R$ 38 bilhões para os setores produtivos.
Além disso, a federação aponta para o aumento de custos para as empresas, por causa da necessidade de contratar mais empregados para manter a mesma produção.
A Fiemg cita, ainda, impacto na inflação, porque “o aumento dos custos das empresas será repassado aos consumidores por meio da elevação dos preços de produtos e serviços”.
Com um cenário de maior inflação e menor poder de compra, afirma a nota, os trabalhadores podem recorrer a trabalhos nos dias de folga.
A Fiemg argumenta que “o debate sobre jornada de trabalho deve ser feito por meio de negociações coletivas, conforme já previsto e autorizado pelo texto atual da Constituição”.
A PEC viralizou nas redes sociais após ter sido apresentada pela líder do PSOL na Câmara, deputada Erika Hilton (SP), na esteira de uma iniciativa de um vereador eleito no Rio de Janeiro pelo PSOL, Rick Azevedo.
A parlamentar ainda recolhe assinaturas para a proposta ser protocolada. Outra PEC nesse sentido, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desde 2019.
Leia a nota da Fiemg na íntegra
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) manifesta preocupação com a proposta de redução da atual jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, sem que haja redução proporcional dos salários, apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma vez que, caso seja aprovada, a medida traria uma série de possíveis implicações para o mercado de trabalho e para a economia brasileira
Entre os impactos estariam a perda de produtividade. Segundo estudo da Gerência de Economia da FIEMG, a diminuição da carga horária semanal pode resultar em uma perda de R$8,5 bilhões para as indústrias brasileiras e de R$38 bilhões para os setores produtivos de modo geral do país.
A redução da carga de trabalho conforme prevê a proposta em debate também provocaria um aumento de custos para as empresas, uma vez que, para manter a mesma escala de produção e atender à demanda de serviços durante toda a semana, muitas empresas precisarão contratar novos empregados, aumentando os seus custos operacionais.
Além disso, a medida também pode impactar a inflação, já que o aumento dos custos das empresas será repassado aos consumidores por meio elevação dos preços de produtos e serviços. Essa pressão sobre os preços pode ter impacto direto na inflação, encarecendo ainda mais o custo de vida dos cidadãos e reduzindo o poder de compra dos trabalhadores. E em um cenário de inflação alta e menor poder de compra, pode ser necessário que os trabalhadores complementem suas rendas assumindo novos trabalhos durante os dias de folga.
A FIEMG informa ainda que concorda com a manifestação do Ministério do Trabalho e Emprego e acredita que o debate sobre jornada de trabalho deve ser feito por meio de negociações coletivas, conforme já previsto e autorizado pelo texto atual da Constituição Federal.