'Pensei nos meus filhos', diz vítima de tentativa de estupro no DF; veja entrevista
Vítima e filha falaram com exclusividade à Record TV; crime ocorreu no Riacho Fundo II na última quinta-feira (10)
Brasília|Rossini Gomes, do R7, e Josiane Ricardo, da Record TV
A mulher que sofreu uma tentativa de estupro dentro da loja em que trabalha, no Riacho Fundo II, Distrito Federal, na tarde da última quinta-feira (10), disse que viveu momentos de pânico. "Quando ele me agarrou, a única coisa que pensei foi nos meus filhos, na minha família. Foi muito triste a situação, muito triste", contou, abalada.
O relato foi feito durante entrevista exclusiva à Record TV nesta segunda-feira (14). As imagens do crime também foram obtidas com exclusividade pela emissora.
"O tempo todo dele era me puxar para dentro [da loja], a mão na minha boca e no meu nariz, para tapar minha respiração, tapar a minha fala. E o tempo em que eu tentava tirar a mão dele da minha boca era o tempo em que eu gritava, gritava. Aí, logo passou uma moça, acho que ela me viu debatendo com ele. E vinha um outro rapaz atrás. Aí, logo eles entraram. Eu lembro que o rapaz entrou, já começou a puxar ele de cima de mim, ele não saía. Chegaram mais duas pessoas, tentando tirar ele de cima de mim. Do jeito que ele estava, ele ficou. Se não fosse o rapaz, realmente, acho que para dar um murro nele, para ele parar, ele não tinha parado."
Durante a entrevista, a vítima, que preferiu não ser identificada, disse que sofreu ferimentos na boca, no pescoço e nas costas. "Teve uma hora que ele pegou dentro da minha boca. Eu achei que eu ia perder todos os meus dentes. Ele me apertava tanto, tanto naquele momento que minha boca ficou toda ferida por dentro. O meu pescoço, as minhas costas... Foi terrível. Foi terrível", relembra.
Agressor esteve na loja dias antes
A reportagem da Record TV Brasília também falou com exclusividade com a filha da vítima. A jovem, que também preferiu ter a identidade preservada, disse que o agressor esteve na loja no dia 5 de janeiro para comprar fantasias e pediu que ela enviasse fotos vestida com roupas da loja via mensagens. "Mandei as fotos das lingeries para ele, e ele perguntou se não tinha como eu enviar uma camisola vestida no corpo. Eu falo que não", diz, acrescentando que tinha mandado fotos de modelos. "Ele não quis, quis que eu vestisse e mandasse para ele."
Segundo a filha da vítima, no dia da tentativa de estupro era ela que deveria estar na loja. "Eu fico na parte da manhã, ela [minha mãe] fica na parte da tarde. Nesse dia, eu arranjei um serviço fora e precisei ir", disse, aliviada. "Se fosse eu, não teria a força que ela [minha mãe] teve."
O agressor, de 34 anos, foi morto ainda no local, após ser espancado por três pessoas. "Foi muito difícil sair daquela situação. Eu achei que jamais ia conseguir. Se não fosse esse pessoal passar na frente da minha loja e tirar ele de cima de mim, hoje eu não estaria aqui, infelizmente."
Um dia após a agressão, a vítima teve de voltar ao hospital para imobilizar o pescoço, já que, durante o ataque, o agressor a segurou pelo rosto e puxou o cabelo e sua cabeça várias vezes enquanto ela resistia. "No momento, estou muito abalada ainda, mas vida que segue. Deus é o meu poderoso e está me dando força", diz a vítima.
Feminicídios
O número de feminicídios aumentou 35% em um ano no DF, de acordo com um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública. A alta foi verificada de 2020, com 17 casos de homicídio de mulheres registrados, para 2021, com 23 casos.