Personal faz vídeo armado após juiz anular lei que beneficia categoria
Presidente de sindicato gravou vídeo armado um dia após decisão, mas afirma que não há ameaça e arma é de brinquedo
Brasília|Alan Rios e Gabrielle Vieira, do R7, em Brasília
O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do Distrito Federal (Sinpef-DF) gravou um vídeo armado um dia após a decisão judicial que suspendeu um benefício da categoria. Lázaro de Sousa Barrozo aparece nas imagens com um revólver, mas afirma que não há relação entre a gravação e a determinação do juiz.
A decisão em questão saiu na última segunda-feira (24), quando o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) suspendeu uma lei distrital que tinha como principal ponto a possibilidade de o personal trainer acompanhar o cliente das academias dentro do estabelecimento sem qualquer custo adicional.
No vídeo, Lázaro de Sousa mostra a arma e diz: “Pessoal, boa tarde. Eu estou indo ali pagar a minha anuidade. Alguém está precisando de alguma coisa?”. A gravação, que vazou em grupos de WhatsApp, não deixa claro se ele se refere ao pagamento do personal às academias, mas acontece em meio à polêmica jurídica que pautou discussões de categorias.
A decisão do TJDFT foi tomada após ação do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF) e dá autonomia a esses estabelecimentos para contratar personais. Ou seja, permite que as academias cobrem do personal para dar aula dentro do local. A ação do tribunal tem caráter temporário, e o DF recebeu um prazo de 72 horas para se manifestar no processo.
O R7 fez contato com Lázaro, que afirmou que o vídeo não tem tom de ameaça. “É uma arma de Airsoft. Gostaria de pedir desculpa pelo mal entendido, a intenção não era essa. O vídeo foi compartilhado erroneamente em grupo que não era para ter ido, era uma conversa informal”, diz. Segundo ele, a gravação surgiu após um convite dele a um amigo para ir a um estande de tiro.
O personal também é atirador esportivo. “Estar com arma para a gente é coisa normal. Eu falei da anuidade porque já tinha convidado ele e queria muito e ele fosse se filiar [ao clube de tiro]. Foi esse o propósito do vídeo. Não tem tom de ameaça ali, nem citei ninguém, nenhuma entidade, nem pessoas.”
O R7 apurou que uma investigação policial vai ser aberta pela Polícia Civil para apurar o caso e definir se houve crime.