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R7 Brasília

Pesquisa aponta falta de inclusão de pessoas com deficiência em mercado de trabalho do DF

Dados revelam que PCDs enfrentam desvio de funções e desigualdade salarial; entenda

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Estudo aponta dificuldades no mercado de trabalho
Estudo aponta dificuldades no mercado de trabalho

As pessoas com deficiência (PCDs) que atuam no mercado de trabalho do Distrito Federal enfrentam a falta de inclusão, o não reconhecimento de suas atividades e ainda a disparidade salarial com colegas sem deficiência que desempenham a mesma função. Os dados são da pesquisa “Empregabilidade de Pessoas com Deficiência no Distrito Federal”, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística da capital do país (IPEDF).

Para o diretor-presidente do IPEDF, Manoel Barros, os dados serão fundamentais para estabelecer mudanças no cenário. “Com base [no levantamento], podemos entender a realidade das pessoas com deficiência e o que leva às dificuldades que elas enfrentam para acessar o mercado de trabalho”, afirma.

Em geral, as empresas citam dificuldades para encontrar mão de obra qualificada de PCDs. Apresentado na manhã da sexta-feira (8), o levantamento com foco qualitativo ouviu oito PCDs e oito empresas de diferentes portes, além de três secretarias do Governo do Distrito Federal.

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Diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado avalia que, com a síntese dos resultados, foi possível perceber uma falsa inclusão nas empresas. “Integrar PCDs no quadro de funcionários não é incluir. Os resultados também apontam para uma desconsideração dos potenciais dos PCDs em suas competências e habilidades, além da falta de inclusão em plenitude”, afirma.


Para Marcela, o objetivo agora é que o levantamento chegue às empresas do DF e leve a mudanças no cenário. “Agora é um momento de reflexão, de mudar a perspectiva das pessoas, de as empresas entenderem como é o lado do PCD, que não está sendo incluído”, declara.

Principais dados

Avaliação de pessoas com deficiência:

falta de acessibilidade comunicacional;

 exclusão das pessoas com deficiências consideradas graves;

 falta de adaptação nos processos seletivos para pessoas com deficiência;

 disparidade salarial entre PCDs e pessoas sem deficiência contratadas na mesma função;

 desvio de função;

 empregabilidade em cargos com qualificação abaixo da que a PCD possui;

 ausência de incentivo e fiscalização; e

 desigualdade de tratamento e capacitismo.

Avaliação das empresas:

 falta de escolaridade de PCDs e predominância das pessoas com deficiência sem qualificação;

crença de que PCDs devam trabalhar de forma isolada;

inadaptação de PCDs ao mercado de trabalho;

 índice considerável de reprovação de PCDs em processos seletivos;

“preferência” por BPC do que salários menores que o auxílio.

Os dados relacionados às empresas mostraram que metade delas não realizou nenhum tipo de adaptação em processos seletivos de contratação de pessoas com deficiência.

Avaliação do governo

– reserva de vagas para concursos insuficiente para atender às demandas do mercado de trabalho;

importância de divulgar vagas por tipo de deficiência, e não de maneira genérica; e

 falta de adaptação arquitetônica das empresas, o que dificulta a inclusão de alguns tipos de deficiência, principalmente de pessoas com dificuldades de locomoção mais severas.

Legislação

Apesar do cenário, tanto representantes do governo como empresas avaliaram que a lei é fundamental para garantir o acesso de PCDs ao mercado de trabalho. De acordo com a lei federal nº 8.123, de 24 de julho de 1991, as empresas precisam atender um percentual mínimo de PCDs em seus quadros de funcionários de acordo com o número de empregados. Confira:

 empresas com até 200 empregados: pelo menos 2% de PCDs;

 entre 201 e 500 empregados: pelo menos 3% de PCDs;

 empresas entre 501 e 1.000 empregados: pelos menos 4% de PCDs; e

empresas com mais de 1.000 empregados: pelo menos 5% de PCDs.

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