Pesquisa mostra que 3 mil pessoas vivem em situação de rua no DF
Dados divulgados pela Codeplan apontaram que quase metade dessa população não tem moradia há mais de cinco anos
Brasília|Vanessa Marques, do R7, em Brasília
Atualmente, no Distrito Federal, vivem 2.938 pessoas em situação de rua, mostra uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pela Companhia de Planejamento (Codeplan) sobre o Perfil da População em Situação de Rua do DF. O estudo foi realizado em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF e apoio da Secretaria de Economia.
A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, explicou que os dados coletados serão usados para embasar as políticas públicas voltadas à população em situação de vulnerabilidade. "A equipe técnica será capaz de fazer os recortes necessários para que a atuação da política de assistência social chegue com ainda mais eficácia ao cidadão."
Os dados apontam que 46,3% das pessoas em situação de rua não tem moradia há mais de cinco anos. No entanto, a população em situação de rua aumentou durante a pandemia da Covid-19. Segundo o estudo, 38,2% dos entrevistados afirmaram terem ido para as ruas há dois anos ou menos. Os técnicos consideraram que uma pessoa em situação de rua é aquela que dormiu pelo menos uma vez nos últimos sete dias na rua ou em um serviço de acolhimento.
Perfil dos moradores
A pesquisa mostra que aproximadamente 80,7% dos moradores de rua são do sexo masculino e 19,3% do sexo feminino. Entre os entrevistados, 50,4% se autodeclararam pardos, 20,7%, pretos, 14,7% brancos e 11,6%, indígenas. Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade da população em situação de rua nasceu em outros estados brasileiros e se mudou para o Distrito Federal. A maioria dos entrevistados contou que coleta material reciclável, lava ou cuida de carros, vende produtos em semáforos ou pedem dinheiro na rua para sobreviver.
Das 2.938 pessoas em situação de rua, 244 são crianças ou adolescentes. Delas, 42,7% são do sexo masculino e 52,4% do sexo feminino, segundo as informações dos pais ou responsáveis. Os dados mostram também que 37,7% das pessoas nesse grupo são pardas e 34,0% são indígenas.
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Foram entrevistadas 1.767 pessoas. Os dados foram coletados em fevereiro de 2022, em todas as 33 regiões administrativas do Distrito Federal. A pesquisa também contou com o apoio técnico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).