PF e Polícia Civil do DF vão compartilhar informações de investigações sobre Jair Renan
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas ligadas a ele foram alvo de operação nesta quinta-feira; defesa fala em 'tranquilidade'
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse ao R7 que entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal para compartilhar informações das investigações da corporação sobre Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O filho 04 do ex-presidente e pessoas ligadas a ele são considerados suspeitos de diversos crimes e foram alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão nesta quinta-feira (24). Equipes especializadas das duas polícias se reuniram pela manhã para iniciar a colaboração nas investigações.
Jair Renan entrou na mira da Polícia Civil do DF por supostamente fazer parte de um grupo criminoso que pode ter cometido estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. No total, a polícia cumpre cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão, em Brasília e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Em nota, o advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, disse que o filho do ex-presidente "informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo" com a operação. Ele afirmou ainda que os policiais civis apreenderam um aparelho celular, um HD e papéis com anotações particulares na residência de Jair Renan em Balneário Camboriú (SC), e que "não houve condução de Renan para depoimento ou qualquer outra medida".
Segundo a Polícia Civil, o principal alvo da operação é Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Renan. Carvalho tem diversos registros criminais, por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa. Só neste ano, ele já foi alvo de duas operações.
Investigações da PF
Em 2021, a PF abriu um inquérito para apurar negócios que envolvem o filho mais novo do ex-presidente. Na ocasião, a Procuradoria da República do DF afirmou que a apuração era derivada do procedimento preliminar que foi aberto para investigar possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro por parte de um grupo empresarial do setor de mineração e o filho 04 de Bolsonaro.
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Em 2022, a PF encerrou a investigação contra Jair Renan e entendeu que ele não havia cometido crime de tráfico de influência. De acordo com o inquérito, o filho do presidente teria utilizado a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia para articular contatos entre representantes da mineradora Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Em troca da articulação, Jair Renan teria recebido um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil. Um mês depois de ele ter ganhado o veículo, os empresários que fizeram o repasse do automóvel se reuniram com Rogério Marinho. O encontro teria sido agendado por um assessor da Presidência. No entanto, de acordo com o relatório final, não foram encontrados elementos suficientes para caracterizar o cometimento de crime por parte do filho do chefe do Executivo nacional.
Em abril daquele ano, o acusado prestou depoimento em relação ao inquérito. Acompanhado do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, ele negou ter se envolvido em irregularidades e disse ter mantido contato com os empresários citados na investigação por conta do trabalho que faz como influenciador digital.