Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

PF aponta que Bolsonaro e assessores atuaram para desviar R$ 6,8 mi com vendas ilegais

Montante inclui joias e presentes dados ao ex-presidente por autoridades internacionais; vendas teriam proporcionado enriquecimento ilícito

Brasília|Gabriela Coelho, Bruna Lima e Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília


Joias apreendidas Bolsonaro
Joias apreendidas Bolsonaro Material cedido ao R7

A Polícia Federal calcula que o ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores dele atuaram para desviar mais de R$ 6,8 milhões a partir da venda de joias e presentes dados por autoridades internacionais. A soma considera os itens que, segundo os investigadores, foram objeto da atuação da associação criminosa, para propiciar o enriquecimento ilícito do ex-presidente, mediante o desvio dos bens para patrimônio pessoal. A RECORD e o R7 procuraram a defesa de Bolsonaro e o próprio ex-presidente. Em rede social, o ex-presidente criticou o relatório feito pela PF e disse “aguardemos muitas outras correções”.

LEIA MAIS

“O valor não considera os bens ainda pendentes de perícia, além as esculturas douradas de um barco e uma árvore e o relógio Patek Philippe, que foram desviadas do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperadas”, detalha a PF, completando que o levantamento corrobora como prova para os indiciamentos.

Os investigadores apontam, ainda, que o dinheiro arrecadado pelas vendas pode ter custeado despesas em dólar de Bolsonaro e da família nos Estados Unidos. Segundo a corporação, “a utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”.

“No sentido de valorar os bens que foram objeto dos atos de desvio (e tentativa de desvio) perpetrados pela associação criminosa com a finalidade de enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro, as joias foram submetidas a procedimento pericial, com o objetivo, dentre outros, de aferir o valor mercadológico dos bens”, disse a corporação.


O ministro Alexandre de Moraes retirou nesta segunda-feira (8) o sigilo do caso das joias e enviou o processo para a PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, a PGR terá o prazo de 15 dias para pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.

A PF acredita ter provas robustas para incriminar Bolsonaro e ex-assessores. Os crimes atribuídos ao ex-presidente foram de peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e lavagem de dinheiro.


Além de Bolsonaro, foram indiciados por peculato:

  • Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • José Roberto Bueno, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
  • Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
  • Marcelo Vieira, ex-chefe de gabinete de documentação histórica da Presidência; e
  • Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque.

Também foram indiciados por lavagem de dinheiro e crime de associação criminosa:

  • Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;
  • Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Mauro Cesar Lourena Cid, general e pai de Mauro Cid; e
  • Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Fabio Wajngarten, um dos assessores indicados, criticou o relatório da Polícia Federal em rede social. “Quanto mais avança, mais fica claro o atraso desse relatório da PF”, comenta. Veja abaixo:

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.