PF deflagra nova fase de operação contra tráfico em aviões da FAB
Mandados de busca e apreensão são cumpridos no Distrito Federal e em Santa Catarina
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A Polícia Federal aprofundou as investigações no caso do tráfico de drogas com o uso de aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira). Os agentes federais participam, nesta quarta-feira (15), da quinta fase da Operação Quinta Coluna, com cinco mandados de busca e apreensão sendo cumpridos em Brasília (DF) e Florianópolis (SC).
A investigação apura lavagem de dinheiro que envolve o líder do esquema de tráfico de drogas, identificado pela polícia como Marcos Daniel Penna Borja Rodrigues Gama. Ele atuaria carregando drogas do Brasil para a Europa em aviões oficiais, segundo as investigações.
A Justiça Federal também determinou o sequestro e o bloqueio de cinco imóveis, uma academia de ginástica, dois veículos de luxo, R$ 1,6 milhão da conta de Marcos Daniel e R$ 2 milhões referentes a um empréstimo realizado por ele.
Segundo a PF, as investigações mostram que a aquisição de bens e a movimentação de valores foram realizadas majoritariamente em espécie e que o investigado teria se utilizado de parentes para que figurassem como laranjas.
“Apurou-se ainda a utilização de empresas de fachada para dissimular a propriedade de imóveis e movimentação de vultosas quantias”, informou a Polícia Federal. Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de reclusão.
Operação Quinta Coluna
A Operação Quinta Coluna busca desbaratar a rede criminosa, identificar o papel de cada integrante do grupo e apurar os crimes que foram cometidos pelos suspeitos. De acordo com a PF, as ações desta nova etapa buscam "provas em torno do núcleo responsável por recrutar 'mulas' para realizar o tráfico internacional de drogas nos aviões da FAB".
As investigações sobre o caso tiveram início após a prisão do sargento Manoel Silva Rodrigues, que foi flagrado em Sevilha, na Espanha, em junho de 2019, com 29 quilos de cocaína em um dos aviões da comitiva da Presidência da República que estava em missão no país. Manoel morava em Taguatinga, região administrativa localizada a 20 quilômetros do centro de Brasília.