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PF foi avisada de megaoperação no RJ, mas participação não seria ‘razoável’, diz diretor

Andrei Rodrigues diz que corporação foi avisada sobre a ação, mas não foi informada sobre o momento exato em que ela aconteceria

Brasília|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, afirmou que a corporação foi avisada sobre a operação no Rio, mas não sobre o momento da ação.
  • A operação no Complexo da Penha e no Alemão resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais e 117 suspeitos.
  • O ministro da Justiça destacou a falta de comunicação direta entre os governos estadual e federal como uma falha grave.
  • A PF prioriza ações de inteligência e combate financeiro ao crime organizado, em resposta à decisão do STF sobre o uso de força em comunidades.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Segundo Rodrigues, PF recebeu informações sobre megaoperação, mas comunicação não foi direta Marcelo Camargo/Agência Brasil - 22.05.2025

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (29), durante uma coletiva de imprensa, que a corporação foi comunicada previamente sobre a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, mas não sabia que ela seria deflagrada na terça-feira (28). A ação resultou na morte de ao menos 119 pessoas.

“Não fomos comunicados que [a megaoperação] seria deflagrada nesse momento. Houve um contato anterior do pessoal da inteligência, da Polícia Militar, para haver se havia possibilidade de atuarmos em algum ponto nesse contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, disse o diretor.


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Segundo Rodrigues, o aviso das autoridades do Rio de Janeiro se limitou a um contato no nível operacional, com informações sobre o cumprimento de cerca de 100 mandados de prisão e de busca e apreensão.

De acordo com ele, a PF analisou o planejamento, mas concluiu que não tinha atribuição legal para participar da ação. O diretor-geral da corporação comentou que, no cumprimento dos possíveis mandados, a “participação da PF não faria sentido”.


“Contato no nível operacional, informando que haveria uma grande operação e se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. A partir da análise geral do planejamento, não tivemos detalhes, entendemos que não era o modo que a PF atua, o modo de fazer operações”, disse.

Falha de comunicação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também reconheceu que não houve comunicação direta entre o Governo do Rio de Janeiro e o governo federal sobre a deflagração da operação.


Segundo ele, a seccional da PF no estado foi apenas informada sobre “alguns detalhes” do planejamento, sem aviso sobre a data e o horário da ação.

“Foi comunicada de alguns detalhes dos planos que estavam sendo feitos no RJ, no âmbito local”, afirmou Lewandowski.


O ministro ressaltou que operações dessa dimensão deveriam ser comunicadas a autoridades do mais alto escalão. “Uma operação desse porte não pode ser acordada em um segundo ou terceiro escalão”, disse.

De acordo com Lewandowski, o presidente da República, o vice, o ministro da Justiça ou o próprio diretor-geral da PF deveriam ter sido oficialmente avisados. Ele classificou a falta de comunicação direta como uma falha grave entre as esferas estadual e federal.

Durante a coletiva, Lewandowski e Andrei confirmaram que os dois vão para o Rio de Janeiro se encontrar com o governador Cláudio Castro (PL).

Rodrigues também destacou que a Polícia Federal segue atuando conforme as diretrizes da chamada ADPF das Favelas, decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que restringe o uso de força em comunidades do Rio.

Segundo ele, a corporação concentra esforços em ações de inteligência e combate financeiro ao crime organizado, em vez de operações de confronto.

“Recebemos essa determinação da Suprema Corte e já estruturamos um grupo de trabalho que está atuando nessa questão de atividade de inteligência, instauração de inquérito policial e determinação para que Coaf e Receita Federal atuem coordenadamente conosco, trazendo mais elementos para a Polícia Federal atuar”, explicou o diretor.

Megaoperação

O Governo do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira que 121 mortes aconteceram na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que visou confrontar o grupo criminoso CV (Comando Vermelho).

Segundo o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, o total de vítimas inclui quatro policiais e 117 suspeitos.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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