A Polícia Federal negocia três delações premiadas com colaboradores ouvidos pela corporação durante a investigação sobre a suposta existência de uma Abin (Agência Brasileira de Inteligência) paralela. O inquérito começou após dois servidores da agência denunciarem o uso de um sistema de monitoramento por satélite chamado First Mile para grampear inimigos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.Segundo relatório preliminar da investigação da PF, “uma organização criminosa se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, sem autorização judicial”.Em outubro do ano passado, a Polícia Federal cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos. Um dos alvos foi o ex-diretor-geral da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Dois servidores que denunciaram o uso do First Mile foram demitidos e um terceiro servidor, número três da agência já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi afastado da função.Em outra fase da operação, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL). Além disso, em meio ao inquérito a corporação afastou das funções sete policiais federais que atuaram com Ramagem na Abin no período em que ele esteve à frente da agência.