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R7 Brasília

PF ultrapassa 100 inquéritos sobre queimadas; maioria foi criminosa, diz delegado

Segundo o diretor da Amazônia e Meio Ambiente, Humberto de Barros, maioria dos incêndios pode ser ter sido causada de propósito

Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

PF quer identificar motivação para os incêndios, diz delegado RECORD

A Polícia Federal já tem 101 inquéritos instaurados para apurar os incêndios florestais criminosos no Brasil. O número foi atualizado nesta quarta-feira (2) pelo diretor da Amazônia e Meio Ambiente, delegado da PF Humberto de Barros, ao programa JR Entrevista.

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“No último levantamento que fizemos hoje, já temos 101 inquéritos de incêndios criminosos”, relatou Barros. “Estamos aprofundando para chegar naqueles que provocaram os incêndios criminosos e a gente identificar a motivação, pois, às vezes, pode ter outro crime conexo de grilagem, de terra posterior e aproveitamento econômico das áreas que, muitas vezes, são públicas”, continuou.

A íntegra da entrevista de Barros será reproduzida às 23h15 desta quarta-feira, na RECORD News.

Conforme o diretor, a PF já constata que a maioria dos incêndios foi provocada por ação humana. Além disso, há a possibilidade, segundo ele, de a maior parte ter sido dolosa, com intenção de provocar a queimada.


“Maioria [dos incêndios] é pela ação humana, crime”, relatou. “Mas o crime pode ser doloso ou culposo. Pode ser uma queimada que saiu do controle, mas que é ilegal, pois decretos vigentes proíbem o uso/manejo pelo fogo. Mas também há a ação dolosa de atear fogo, como foi no Distrito Federal. Já podemos dizer que a maioria [dos incêndios] é pela ação humana, e há possibilidade de ser por ação dolosa.”

Nos inquéritos em curso, que apuram incêndios no Mato Grosso do Sul e no Acre, a PF já confirmou que os criminosos utilizaram o fogo como ferramenta de devastação para exterminar a vegetação nativa a fim de iniciar um processo de grilagem da terra.


Barros defendeu a identificação de todos os autores e a descoberta da motivação para que os criminosos respondam judicialmente e sejam cobrados na esfera cível. Desse modo, eles custearão os valores necessários para recompor as áreas afetadas.

Ele explicou, ainda, que a PF atua em duas frentes nos inquéritos, sendo uma preventiva/repressiva e outra no aprofundamento das investigações.


“Criamos vários polos de atuação prioritária”, contou. “Já tínhamos criado no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e, agora, criamos quatro polos na Amazônia Legal, no Acre, em Rondônia, em Apuí (AM) e em Novo Progresso, no Pará.”

Ação do crime organizado não é descartada

De acordo com o delegado da PF, a polícia não descarta nenhuma possibilidade na apuração das queimadas, pois emprega várias linhas de investigação, incluindo a de uma possível ação do crime organizado.

“O crime organizado é uma delas, mas também o uso do incêndio para o crime posterior de grilagem e exploração econômica é uma possibilidade”, pontuou. “É a criação de um esgotamento de forças de segurança, ou seja, para pregar o caos em algumas áreas aproveitando-se do momento climático de muita seca, de estiagem prolongada e de umidade baixa.”

Efetivo de combate aos incêndios

O delegado explicou ainda que, ao todo, a Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente da PF tem, ao todo, 77 servidores. Cada delegacia possui efetivo próprio em seus respectivos estados. Em alguns casos, há o uso dos GMAs (Grupos de Meio Ambiente), que seriam “delegacias descentralizadas”.

Ao todo, o efetivo de agentes que atuam no combate aos incêndios no Brasil é de 450 policiais, segundo Barros.

“A nível de Brasil, a gente já deve ter cerca de 450 policiais dedicados a essa temática, Só da Polícia Federal”, relatou. “A gente faz articulação com a Força Nacional, policiais militares, brigadistas, bombeiros e as polícias civis.”

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