A Polícia Federal voltou atrás e informou ter errado no valor supostamente desviado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da venda ilegal das joias. Inicialmente, em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a corporação mencionou o valor de R$ 25.298.083,73. Entretanto, o valor total da operação é de US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,661. O valor é de R$ 18 milhões a menos do que inicialmente divulgado. A RECORD e o R7 procuraram a defesa de Bolsonaro e o próprio ex-presidente. Em rede social, Bolsonaro criticou o relatório feito pela PF e disse “aguardemos muitas outras correções”.Segundo o documento, a Polícia Federal calcula que o ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores dele atuaram para desviar mais de R$ 6,8 milhões a partir da venda de joias e presentes dados por autoridades internacionais. A soma considera os itens que, segundo os investigadores, foram objeto da atuação da associação criminosa, para propiciar o enriquecimento ilícito do ex-presidente, mediante o desvio dos bens para patrimônio pessoal.“O valor não considera os bens ainda pendentes de perícia, além as esculturas douradas de um barco e uma árvore e o relógio Patek Philippe, desviadas do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperadas”, detalha a PF, completando que o levantamento corrobora como prova para os indiciamentos.Os investigadores apontam, ainda, que o dinheiro arrecadado pelas vendas pode ter custeado despesas em dólar de Bolsonaro e da família nos Estados Unidos. Segundo a corporação, “a utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”.“No sentido de valorar os bens que foram objeto dos atos de desvio (e tentativa de desvio) perpetrados pela associação criminosa para enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro, as joias foram submetidas a procedimento pericial, com o objetivo, dentre outros, de aferir o valor mercadológico dos bens”, disse a corporação.O ministro Alexandre de Moraes retirou nesta segunda-feira (8) o sigilo do caso das joias e enviou o processo para a PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, a PGR terá o prazo de 15 dias para pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.A PF acredita ter provas robustas para incriminar Bolsonaro e ex-assessores. Os crimes atribuídos ao ex-presidente foram de peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Fabio Wajngarten, um dos assessores indicados, criticou o relatório da Polícia Federal em rede social. “Quanto mais avança, mais fica claro o atraso desse relatório da PF”, comenta. Veja abaixo: