PGR apresenta ao STF primeira denúncia contra financiadores do 8 de Janeiro
No documento, a PGR diz que um homem de Londrina, no Paraná, teria cometido cinco crimes
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (14), a primeira denúncia no inquérito sobre a atuação de financiadores dos atos do 8 de Janeiro. No documento, a PGR diz que um homem de Londrina, no Paraná, teria cometido cinco crimes ao ter oferecido auxílio material e moral e fretado quatro ônibus para o transporte de dezenas de pessoas, com contratos no valor total de R$ 59,2 mil.
Segundo a PGR, "o homem teria participado ativamente de grupos de mensagens virtuais". "O objetivo era incitar a população e as Forças Armadas para não só contestar o resultado das eleições de 2022 como destituir o presidente eleito."
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"O denunciado mantinha uma lista de transmissão em aplicativo de mensagem destinada a difundir ideias golpistas. Em período próximo aos eventos criminosos, ele passou a encaminhar postagens incitando a subversão da ordem democrática e tratando da organização do transporte para Brasília", diz a PGR.
A Procuradoria afirma que, no início de janeiro, ele enviou uma mensagem para informar que alguns ônibus sairiam de Londrina em 6 de janeiro para uma “tomada” do Congresso Nacional. "Em outra mensagem, evidenciou sua ampla adesão e relevante participação para a concretização dos atos, uma vez que estava empenhado em garantir arrecadações para pagar as despesas, inclusive de alimentação, das pessoas que iriam à capital", diz a PGR.
Desde setembro, o Supremo já condenou pelo menos 30 pessoas por envolvimento nos atos extremistas, com penas que variam entre 14 e 17 anos de prisão. Ao todo, a Corte já recebeu 1.345 denúncias. Desse total, 1.113 foram suspensas para que a PGR avalie se vai propor acordos que evitem a condenação.
Nos votos até aqui, o relator dos processos, o ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a dimensão do episódio suscitou manifestações oficiais de chefes de Estado e de governo de inúmeros países, de líderes religiosos e de organizações internacionais.
Os atos extremistas que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes deixaram um prejuízo material de R$ 20,7 milhões. Nas condenações, o STF tem fixado o pagamento de uma multa de R$ 30 milhões, dividida entre todos os réus, por danos coletivos.