Brasília PGR defende condenação de Eduardo Bolsonaro por postagem contra Tabata Amaral

PGR defende condenação de Eduardo Bolsonaro por postagem contra Tabata Amaral

Órgão considerou que afirmações feitas por deputado nas redes sociais tentaram 'desvirtuar a atuação parlamentar'

  • Brasília | Gabriela Coelho e Edis Henrique Peres, do R7, Brasília

Eduardo postou em suas redes sociais que o interesse da deputada era favorecer um empresário do setor

Eduardo postou em suas redes sociais que o interesse da deputada era favorecer um empresário do setor

Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal uma queixa-crime na qual pede a condenação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por publicações nas redes sociais em que teria difamado a deputada Tabata Amaral (PSB), também de São Paulo. O caso aconteceu depois de Tabata defender um projeto de lei de sua autoria para a distribuição de absorventes em locais públicos.

De acordo com o processo, Eduardo postou em suas redes sociais que o interesse da deputada era favorecer um empresário do setor, que seria “mentor e patrocinador” da congressista. O filho do ex-presidente da República Jair Bolsonaro respondeu a um post da deputada em que ela escreveu “Bolsonaro, me deixe menstruar”, e questionou: “Quando Bolsonaro a proibiu de menstruar?”.

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A manifestação da PGR, assinada pela vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho, considerou que a reputação de um parlamentar é construída a partir do trabalho legislativo.

“A desqualificação da atuação legislativa, noutro passo, deprecia e apequena a figura política. Essa é a consequência da divulgação de afirmações que se propõem a desvirtuar a atuação parlamentar, como verificado no caso em apreço”, disse. 

Para a vice-procuradora, ao buscar difundir a ideia de que Tabata Amaral teria o intuito de obter vantagem pessoal, Eduardo Bolsonaro descredibilizou o trabalho da parlamentar e ofendeu sua honra.

A procuradora acrescentou que ficou demonstrado no processo que o filho do ex-presidente "propagou conteúdo inverídico“. A defesa de Eduardo Bolsonaro, contudo, afirmou na ação penal que a crítica foi meramente política e de interesse da sociedade e pediu a rejeição da queixa-crime pela “absoluta falta de justa causa decorrente da imunidade parlamentar”.

No entanto, Ana Borges Coêlho entendeu que "as regras que compõem o sistema de imunidades materiais e processuais dos parlamentares têm o objetivo de garantir o exercício independente do mandato representativo, que não abrange a prerrogativa de tecer acusações falsas a terceiros de forma deliberada".

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