PL de Bolsonaro conquista seis prefeituras contra quatro do PT de Lula no segundo turno
Os dois partidos tiveram desempenho aquém do PSD, partido que mais angariou nesta etapa do pleito: nove cidades
Brasília|Rute Moraes e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O PL, de Jair Bolsonaro, conquistou seis prefeituras neste domingo (27), no segundo turno das eleições municipais de 2024, contra quatro do PT, de Luiz Inácio Lula da Silva. As duas siglas se enfrentaram em apenas duas capitais — Cuiabá (MT) e Fortaleza (CE) — nesta etapa do pleito. Entre todos os partidos, o que mais elegeu prefeitos no segundo turno foi o PSD, com nove cidades. Neste domingo, 51 cidades decidiram seus novos prefeitos.
Ao todo, o partido de Bolsonaro conquistou 516 cadeiras nos executivos municipais. Enquanto o PT ficou com 252 prefeituras. Entre as capitais, o PL conseguiu quatro: Maceió (AL), Rio Branco (AC), Aracaju (SE) e Cuiabá (MT). Já o PT só saiu vitorioso em uma: Fortaleza (CE).
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No segundo turno, a sigla de Bolsonaro saiu vencedora com Marcio Correa, em Anápolis (GO); Emilia Correa, em Aracaju (SE); Airton Souza, em Canoas (RS); Abílio, em Cuiabá (MT); Lucas Sanches, em Guarulhos (SP) e Fabio Candido, em São José do Rio Preto (SP).
Já o partido de Lula elegeu os prefeitos Caetano, em Camaçari (BA); Evandro Leitão, em Fortaleza (CE); Marcelo Oliveira, em Mauá (SP) e Marroni, em Pelotas (RS).
No segundo turno, Lula iria a São Paulo para apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) e votaria em São Bernardo do Campo (SP), mas cancelou a viagem depois de cair no banheiro de casa. Já Bolsonaro acompanhou a eleição em Goiânia (GO), onde apoiava Fred Rodrigues (PL), que não conseguiu ser eleito.
O PSD de Gilberto Kassab foi o maior vencedor nesta eleição e conseguiu eleger: Elisa Araújo, em Uberaba (MG); Ricardo Silva, em Ribeirão Preto (SP); Fuad Noman, em Belo Horizonte (MG); Anderson, em São José dos Campos (SP); Eduardo Pimentel, em Curitiba (PR); Tiago Amaral, em Londrina (PR); Helinho Zanatta, em Piracicaba (SP); Naumi Amorim, em Caucaia (CE); e Mirella, em Olinda (PE).
No primeiro turno das eleições, o PL elegeu 510 prefeitos, contra 248 do PT. O PSD, por sua vez, 876. A primeira etapa do pleito consagrou o fortalecimento dos candidatos e partidos de centro e direita nas capitais. O quadro se repetiu neste segundo turno.
Especialistas avaliam PL vs PT
Ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o advogado Admar Gonzaga avalia que, na comparação entre as duas siglas, o PL saiu vitorioso.
“Quem comandou o país por muitos anos foi o PT”, explicou ao R7. “A esquerda vem desde o Fernando Henrique Cardoso [PSDB], passando pelo PT e, depois, vem uma pessoa [Jair Bolsonaro], não era bem o partido, era um homem que se propôs, de forma quase autônoma, disputar uma eleição, com um partido praticamente desconhecido [PSL], que virou as costas para ele depois”, continuou.
De acordo com Gonzaga, o desempenho do PT foi “pífio”, mas isso não se deve a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em algumas campanhas, a exemplo da cidade de São Paulo (SP). “O discurso da esquerda e da centro esquerda está desconectado da população”, constatou.
Para a cientista política Paula Trindade, o PT aumentou o número de prefeituras se comparado a 2020 e ainda elegeu Leitão em Fortaleza, cidade que não ganhava há oito anos. Isso, contudo, não foi o esperado, conforme Paula.
“Não tem como dizer que foi um resultado negativo, mas todo mundo esperava que fosse ainda melhor porque tem um capital muito grande, que é presidente da República”, observou ao R7.
Já o PL, segundo a especialista, teve um desempenho “maior e melhor do que o PT, mas não foi o vitorioso deste pleito. “Teve um desempenho maior e melhor do que o PT, mas não foi o grande vitorioso. O recado do eleitor foi de afastamento dos extremismos e de retomar uma posição mais de centro”, pontuou.