'Poderes devem dizer que vão respeitar o resultado das urnas', diz Fachin
Ministro afirmou que a democracia deve ser protegida e demonstrou preocupação com a segurança das eleições
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
O ministro Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os Três Poderes devem se comprometer a respeitar o resultado das urnas. Ele demonstrou preocupação com atos de violência durante a realização do pleito e com eventuais distúrbios após o resultado das eleições em outubro deste ano.
Durante um seminário realizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) em Salvador, o ministro disse, nesta sexta-feira (13), que é necessário defender a democracia. "Nós não temos o direito de ficar à margem do rio da vida. Não temos o direito de nos vermos paralisados, quer pela angústia, quer por uma omissiva contenção. O tempo é de tomar o barco da vida e fazer a viagem da defesa da democracia", afirmou o magistrado.
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Ele pediu respeito à escolha dos eleitores e comprometimento com o resultado da eleição. "Desde a gestão do ministro Luís Roberto Barroso, o que nos move não é apenas o agora, não é apenas o presente contínuo, mas é o futuro imediato, o dia seguinte das eleições. É o respeito com paz, com ordem e serenidade à soberania popular, que será exercida pelo sufrágio universal. É por isso que venho a esta terra pedir a bênção de todos os santos e pedir o auxílio, o apoio de todos os magistrados, para que juntos trabalhemos e apelemos a todos os Poderes, a todas as pessoas, entidades e instituições, por paz e segurança nas eleições", completou.
Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro, Fachin criticou ataques ao sistema eleitoral e que põem em dúvida a segurança dos sistemas da Justiça Eleitoral. "Quem ama a democracia não propaga conflito. As eleições são ferramentas substitutivas do conflito, por isso mesmo é mandatário que prevaleça o senso de responsabilidade institucional, que anima a base constitucional do nobre compromisso de todas as instituições, todas, sem exceção, a serviço da democracia brasileira", disse ele.
"Assistimos, quase incrédulos, à normalização de ataques às instituições, impulsionados por práticas de desinformação", completou o presidente da corte eleitoral.