Polícia mira servidores públicos em operação contra fraudes em contratos da Saúde do DF
Segundo a investigação, esquema envolvendo servidores e oficinas superfaturava contratos de manutenção de carros oficiais
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (31) a Operação Check-Up, com o objetivo de investigar fraudes em contratos da Secretaria de Saúde para manutenção de carros oficiais.
Ao todo, são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão por agentes da Decor (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária) contra servidores do Governo do Distrito Federal e empresários do setor de oficinas. Os policiais permaneceram cerca de uma hora em um prédio em Águas Claras, localizado na 34 Sul.
Um prédio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no SIA também foi alvo de buscas, assim como outros endereços da Secretaria de Saúde.
A ação desta quinta é um desdobramento da primeira fase da operação Recall, que apurou fraudes em contratos do Detran com oficinas para manutenção de viaturas. Durante a investigação, a Polícia Civil identificou que a Secretaria de Saúde também mantinha contratos fraudulentos para a manutenção de carros oficiais com a mesma empresa, e, por isso, deflagrou uma nova ação para recolher indícios de irregularidades.
Simultaneamente, a PCDF ainda deflagrou a 2ª fase da Recall, que tinha como alvos mais servidores do Detran. As fraudes teriam sido cometidas desde 2018, por uma suposta organização criminosa formada por servidores e proprietários de oficinas mecânicas.
A apuração demonstrou que os preços cotados pelos serviços e peças eram muito superiores aos praticados no mercado. Além do superfaturamento, ainda havia a cobrança por serviços não prestados e peças que nunca foram trocadas. De acordo com a PCDF, os donos das oficinas geravam a cobrança, que era autorizada pelos servidores públicos dos órgãos.
Por isso, os indícios apontam para a prática de crimes de associação criminosa, estelionato e corrupção. Os responsáveis que forem condenados podem pegar até 20 anos de prisão.
Procurada, a Secretaria de Saúde se manifestou por meio de not e disse que "aguarda a conclusão das investigações para
prestar todos os esclarecimentos ao órgão fiscalizador dentro do prazo estabelecido por eles. Quaisquer prejuízos públicos e desvios de conduta funcional serão objeto de processo de apuração".