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R7 Brasília

‘Precisamos provocar as cabeças de Putin e Zelensky para pensar em paz’, diz Lula sobre guerra

Presidente critica manutenção do conflito entre Rússia e Ucrânia e diz que está disposto a ajudar na busca por solução

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Presidente Lula na cúpula do Brics, na África do Sul
Presidente Lula na cúpula do Brics, na África do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas nesta quinta-feira (24) ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ao da Ucrânia, Volodmir Zelensky, por ainda não terem cessado a guerra que envolve os dois países e afirmou que é preciso “provocar a cabeça” dos dois líderes para que o conflito acabe.

“Em qualquer fórum que eu estiver presente, eu não vou falar em guerra, eu vou falar em paz. Não se trata de você decidir apoiar um país, se trata de que é preciso alguém começar a falar em paz no mundo e que precisa a gente provocar tanto a cabeça do Putin quanto a cabeça do Zelensky para pensar em paz”, disse Lula em entrevista a jornalistas no fim da cúpula do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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“Essa guerra já está há mais de um ano [ocorrendo]. É preciso que os presidentes fiquem sensíveis. Não para mim, para as pessoas que morrem, para os 8 milhões que estão fora da Ucrânia com medo da guerra ou fugindo da guerra”, acrescentou.

Lula disse estar à disposição para ajudar na busca por uma solução que permita o fim da guerra. “Eu acho que todos nós estamos dispostos a participar. O dia que os dois países se entenderem e falarem: ‘Gente, vamos parar com essa guerra. Nós somos maiores de idade, temos representatividade civil. Nós queremos ajuda para encontrar a paz’; o dia que falarem isso, o Brasil pode não ser o primeiro, mas será um dos primeiros a estar em qualquer lugar [para ajudar]”, garantiu.


O presidente ressaltou que o Brasil enfrenta ao menos duas guerras: acabar com a fome e fortalecer a democracia.

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“Para discutir a guerra, eu não vou a nenhum lugar. Eu tenho uma guerra em meu país, que é acabar com a fome, que é trazer de volta a democracia para o meu país, que foi jogada no lixo durante quase seis anos. E essa é uma tarefa muito difícil, talvez seja mais difícil do que mandar um foguete para a Lua. Eu só vou poder mandar um foguete para a Lua quando eu tiver restabelecido a democracia no meu país e acabado com a fome”, ressaltou.

Desde terça-feira (22), Lula esteve reunido com os demais líderes do Brics. Nesta quinta, o grupo assinou uma declaração conjunta, que faz menção à guerra da Ucrânia apenas uma vez. No documento, o bloco diz registrar “com apreço propostas relevantes de mediação e bons ofícios que visam à resolução pacífica do conflito através do diálogo e da diplomacia, incluindo a Missão de Paz dos Líderes Africanos e o caminho proposto para a paz”.

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