Prefeito do Rio diz que governo vai publicar portaria restringindo voos para o Santos Dumont no dia 10
Eduardo Paes se reuniu nesta quinta com o ministro dos Portos e Aeroportos; iniciativa tenta contornar esvaziamento do terminal
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília*
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou nesta quinta-feira (3) que o governo federal deve publicar na próxima quinta-feira (10) a portaria que vai restringir os voos para o aeroporto Santos Dumont, na capital fluminense. A iniciativa faz parte do pacote que busca contornar o esvaziamento do terminal. A informação foi dada após uma reunião com o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, em Brasília.
Paes não quis dar mais detalhes, se limitando a dizer que o objetivo é atrair maior fluxo para o Galeão. Em junho, o ministro dos Portos e Aeroportos afirmou que a redução de voos ia entrar em vigor a partir de outubro.
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O governo federal decidiu em conjunto com a Prefeitura do Rio de Janeiro que o Santos Dumont, localizado no centro da cidade, vai ficar restrito a voos para os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e de Brasília. A medida significa também a volta ao Galeão dos voos para todos os demais destinos.
De acordo com dados do governo federal, o aeroporto do Galeão movimentou menos de 6 milhões de passageiros no ano passado, mesmo tendo uma capacidade anual para mais de 30 milhões, enquanto o Santos Dumont teve mais de 10 milhões. O grande número de voos e passageiros é apontado como uma das causas do esvaziamento do Galeão.
Nevoeiro
Um nevoeiro foi registrado no céu da cidade do Rio de Janeiro na manhã desta quinta. O fenômeno alterou as condições de funcionamento dos aeroportos Santos Dumont e Galeão, além de deixar vias expressas com baixa visibilidade para os motoristas.
Até as 10h15 da manhã, dois voos foram cancelados e quatro atrasaram no aeroporto do Galeão. No Santos Dumont, foram 33 voos cancelados até as 11h, além de 62 atrasos. De acordo com o sistema Alerta Rio, a presença de névoas e nevoeiros é comum no inverno.
O episódio desta quinta teve relação com o predomínio de céu claro, temperaturas amenas, umidade relativa do ar elevada e ventos fracos na noite dessa quarta (2).
Lula e empresas aéreas
Mais cedo, Lula disse que o governo federal vai ter uma reunião com as empresas aéreas do país para discutir se é possível reduzir o preço das passagens e ampliar a oferta de voos diretos entre capitais, sobretudo, dos estados do Norte e do Nordeste. O presidente reclamou, principalmente, que os bilhetes aéreos no país são muito caros.
"Há mais ou menos 15 dias fiz uma reunião com o ministro dos Portos e Aeroportos e pedi para que o Márcio França fizesse para a Presidência da República um estudo sobre a questão da aviação. Temos um problema que não tem muita explicação. Tem dia que você paga uma passagem Rio-São Paulo de R$ 3 mil, R$ 4 mil. Se comprar com três meses de antecedência, você paga R$ 200", comentou.
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Na última terça (1º), Lula disse que o Ministério do Turismo vai apresentar um programa para baratear os preços das passagens para aposentados, empregadas domésticas, entre outros grupos. O presidente não detalhou, no entanto, se o projeto seria concentrado apenas nos preços de passagens aéreas nem os custos do programa.
'Voa Brasil'
Paralelamente, o governo elabora, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, o 'Voa Brasil', programa que pretende viabilizar passagens aéreas a R$ 200 por trecho e que pode oferecer até 1,5 milhão de bilhetes por mês. A iniciativa deve ser lançada em agosto, segundo o ministro Márcio França.
Só poderão ter acesso ao programa as pessoas que não tenham voado nos últimos 12 meses. O titular informou que o Executivo vai lançar um site e um aplicativo para que seja feita a consulta de quem pode comprar os bilhetes. Na fase inicial do programa, as passagens estarão disponíveis a aposentados, pensionistas, estudantes que utilizam o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e servidores públicos.
*com informações da Agência Estado