‘Prejuízo incalculável’, diz ICMBio sobre incêndio no Parque Nacional de Brasília
Fogo atingiu pelo menos 2,4 mil hectares do parque; incêndio está controlado, mas ainda não foi extinto
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília e Maíra Guedes, RECORD, em Brasília
O presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Mauro Pires, disse que o incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília traz um “prejuízo incalculável” em danos ambientais para a fauna e flora. O posicionamento de Pires foi dado nesta terça-feira (17) em coletiva de imprensa na administração da Água Mineral de Brasília, quando apresentou atualizações do combate às chamas. Segundo o órgão, pelo menos 2,4 mil hectares do parque foram atingidos pelo fogo.
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“[O incêndio] tem todas as características de um incêndio criminoso, porque a gente está em um parque nacional, uma área protegia pela legislação. E esse incêndio causou um prejuízo incalculável, as pessoas foram impactadas com a fuligem e a fumaça, temos pessoas passando mal, e tivemos também todo o impacto financeiro de alocação de recursos [para combater o incêndio]”, disse.
Pires ressaltou que nesta segunda-feira foi realizada uma perícia para identificar o responsável pelo incêndio. “Nós temos a informação já do local exato que começou o fogo, e já estamos reunindo as informações para passar para a Polícia Federal”, explicou. O presidente do órgão destacou que é importante acabar com a ideia que a “impunidade compensa”.
“Um crime ambiental afeta a coletividade. Não é possível em um momento como esse, em pleno domingo, com umidade relativa do ar em 7%, as pessoas colocarem fogo. Não é razoável, e não podemos compactuar com isso. É um crime colocar fogo em uma área natural e achar que isso é razoável’, disse.
Sobre o começo do incêndio, o presidente do ICMBio detalhou que o fogo começou por volta de 11h30 do domingo, na Granja do Torto, e acabou entrando no Parque Nacional. “E aqui, como é uma área natural, ele rapidamente ganhou grandes proporções. Felizmente com base no trabalho feito com o Corpo de Bombeiros e brigadistas do ICMBio, Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e Ibram [Instituto Brasília Ambiental], o fogo foi contido”, disse.
Apesar das chamas estarem controladas, Pires destaca que o momento requer cuidados, porque o incêndio ainda não foi extinto.
Combate às chamas
O incêndio é considerado controlado pelo CBMDF (Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal), mas ainda atinge duas matas de galerias do Córrego Bananal. Segundo o comandante operacional do CBMDF, coronel Pedro Aníbal, 150 bombeiros atuam nos locais e mais 350 serão enviados ainda pela manhã. “A nossa preocupação é ao longo do dia com o aumento da temperatura e queda de umidade, para que esses fogos eles não possam se propagar novamente”, explica.
A corporação informa que os focos ativos são incêndios subterrâneos. “O pior tipo de incêndio que nós temos para combater, porque você não vê o fogo. Você vê muita muita fumaça, mas às vezes não consegue localizar onde está queimando. É um trabalho árduo e demorado dos bombeiros, de usar muita água e aceiros para conter o fogo”, diz.
O coronel explicou que o CBMDF conta com 500 bombeiros trabalhando e mil de prontidão para atender as demandas da população. “Além da ocorrência aqui no Parque Nacional nós temos inúmeras outras ocorrências de incêndios florestais, e ainda de socorro urbano, salvamento e atendimento pré-hospitalar”, detalha.