Brasília Acampamento em QG foi 'momento ruim', diz presidente da CPMI após reunião com Defesa e Exército

Acampamento em QG foi 'momento ruim', diz presidente da CPMI após reunião com Defesa e Exército

Arthur Maia (União-BA) negou que o comando tenha tentado interferir na CPMI, apesar de comissão investigar militares

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Manifestação no QG do Exército, em 2022

Manifestação no QG do Exército, em 2022

Record TV/Reprodução

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthut Maia (União-BA), se reuniu nesta quarta-feira (23) com o comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em meio à pressão do colegiado em responsabilizar militares por participarem ou se omitirem durante os atos extremistas, que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes. Maia avaliou que o acampamento em frente ao Quartel-General representou um "momento ruim" para o Exército, mas defendeu a instituição. 

"Houve sim, dentro do Exército e na sociedade, pessoas que queriam manifestar um sentimento contra a democracia, queriam intervenção militar. [...] "Ao final, ganhou a grande maioria do Exército brasileiro, das Forças Armadas, que garantiram a democracia", ponderou Maia.

De acordo com Maia, a CPMI tem papel importante em responsabilizar culpados, incluindo pessoas ligadas ao Exército, mas também "é muito importante concluir os nossos trabalhos preservando, sobretudo, as instituições brasileiras", disse.

O deputado alegou que o encontro foi um pedido que partiu dele e negou que o alto comando militar tenha tentado interferir nos trabalhos da CPMI. "Não houve por parte do comandante do Exército, em nenhum momento, nenhuma sinalização para que convocasse ou deixasse de convocar. Pelo contrário: o que foi afirmado o tempo inteiro é que o que importa ao Exército é que tudo seja esclarecido, para mostrar que a instituição de fato luta, trabalha e tem compromisso com a democracia", disse Maia. 

Militares na mira

A CPMI tem na pauta de votação pedidos para reconvocar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid. No requerimento, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) diz que a medida é necessária “em parte, em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada”.

Outros três militares ligados à ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter os sigilos quebrados. São alvos o coronel Marcelo Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e o sargento Luis Marcos dos Reis.

Há também pedido de convocação de Crivelatti. Já o sargento Reis presta depoimento nesta quinta-feira (24) na CPMI. Na semana que vem será a vez do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), depor na CPMI. 

Últimas