‘Se quiserem, façam outra CPI’, diz Arthur Maia ao não pautar quebras de sigilo de Bolsonaro e Michelle
O presidente da CPMI do 8/1 disse que o pedido se justificaria caso houvesse relação direta com financiamento dos atos extremistas
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

As quebras de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram fora do radar de votação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, contrariando o desejo da relatora, Eliziane Gama (PSD-MA). A decisão é do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), que voltou a afirmar que as informações requisitadas fogem do escopo dos trabalhos. “Se quiserem, façam outra CPI”, declarou nesta quarta-feira (23).
"Essa CPMI não vai adentrar em tema de corrupção de vendas de joias, porque não está relacionado ao 8 de Janeiro", continuou Maia, alegando não ter incluído outro requerimento da oposição para investigar um dos criadores da urna eletrônica pelo mesmo motivo.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
As quebras de sigilo telemático e de inteligência financeira de Bolsonaro e da ex-primeira-dama são demanda da relatora da CPMI, que quer investigar o fluxo do dinheiro que financiou o 8 de Janeiro.
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a ge...
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O presidente do colegiado, por outro lado, diz não acreditar que Bolsonaro "estaria mandando Pix da conta dele para patrocinar a invasão do Palácio do Planalto e do Congresso em 8 de janeiro". "A não ser que exista uma vinculação que possa demonstrar que havia algum tipo de ação dessa natureza, eu não vejo sentido para quebrar o sigilo apenas porque é ex-presidente da República", ponderou Maia.
O deputado afirmou ainda que não vai permitir desvio do foco da CPMI, que, segundo ele, é um espaço para "averiguação e debate em praça pública".
As quebras de sigilo que miram a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e seu entorno, além de uma nova convocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, são os destaques da pauta de votação da próxima reunião do colegiado. Ao todo, são 57 pedidos de informações e depoimentos incluídos na sessão desta quinta-feira (24).






