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Presidente do Banco Central reconhece taxa de juros alta, mas diz que Selic está caindo

No Senado, Campos Neto ponderou que a taxa de juros média do Brasil é menor que a de outros países da América Latina

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Campos Neto explicou decisões do BC no Senado
Campos Neto explicou decisões do BC no Senado Campos Neto explicou decisões do BC no Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu nesta quinta-feira (10) que a taxa básica de juros (Selic) no Brasil é alta, se comparada com a de outros países da América Latina. No entanto, ressaltou que a diferença tem caído nos últimos anos. A declaração foi feita no Senado, onde Campos dá explicações sobre as decisões tomadas pela autarquia no primeiro semestre do ano.

"Tivemos momentos em que a taxa de juros real do Brasil era muito mais alta do que a de outros países. Vejo que tem um clamor muito grande hoje, com razão, que é a taxa de juros muito alta, mas, se a gente olhar o passado, ela já foi muito mais alta", comentou.

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Campos Neto apresentou um gráfico que mostra a queda da média de juros no Brasil, em comparação com a de outros países da América Latina. Segundo o presidente do BC, os juros no Brasil ficaram 3,6% acima da média entre 2014 e 2019. De 2021 a 2023, 2,9% acima da média; e, em julho de 2023, os juros brasileiros foram registrados em 2% acima da média.

Comparação de juros entre o Brasil e outros países
Comparação de juros entre o Brasil e outros países Comparação de juros entre o Brasil e outros países

Em 2 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que passou de 13,75% para 13,25% ao ano. A redução, a primeira em cerca de três anos, foi acordada depois de críticas do presidente Lula, de parlamentares e de representantes de setores produtivos.

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Campos Neto explicou que o Brasil tem juros altos por conta da baixa taxa de recuperação de crédito, da baixa taxa de poupança e do volume da dívida do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo.

Antes da apresentação de Campos Neto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), elogiou o corte e afirmou que uma taxa de juros mais baixa é importante para a geração de empregos e para o crescimento da economia.

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"Todos nós temos o intuito de melhorar a economia do Brasil. A iniciativa [da queda da taxa] deve ser enaltecida. Quero crer que seja o início de uma saga da queda da taxa de juros", comentou.

'Pouso suave da inflação'

Campos Neto também afirmou que pretende fazer um "pouso suave" para baixar a inflação. "Se a gente comparar o que caiu com a inflação no Brasil, proporcional ao que gerou ou ao que aconteceu no emprego, e o que aconteceu com o crescimento econômico, a gente tem dificuldade de achar um outro país no mundo que tenha conseguido reduzir a inflação nessa mesma proporção, quase sem alteração no crescimento e com geração de emprego no mesmo período", disse.

Ele também apresentou um estudo que mostra a relação entre a inflação e a autonomia do Banco Central. Segundo ele, “a inflação média cai à medida que a autonomia cresce, e a variância de inflação também cai quando a autonomia é maior”.

Aumento da nota de crédito do Brasil

O presidente do BC comentou ainda que o aumento da nota de crédito do Brasil por agências de classificação de risco reflete, em parte, o trabalho desenvolvido pelo Banco Central. Em julho, a agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil para BB, frente ao BB- registrado antes, com perspectiva estável.

“Vejo muita comemoração pela melhora nas notas do Brasil. Todos mencionam a autonomia do BC e a política de juros do BC como um fator decisivo. A Moody’s mencionou, a S&P mencionou e a Fitch mencionou”, disse.

“A autonomia do BC e essa capacidade do BC de gerir a crise de forma autônoma e técnica têm mostrado grandes frutos. Por trás de cada comemoração, tem sempre um pedaço do BC. Eu gostaria que isso não fosse esquecido”, completou Campos Neto.

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