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Preso por tentar detonar bomba perto do aeroporto de Brasília nega relação do caso com o 8 de Janeiro

George Washington não respondeu à maioria das perguntas dos parlamentares da CPMI que investiga os atos extremistas na capital

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Ele cumpre pena de nove anos e quatro meses
Ele cumpre pena de nove anos e quatro meses

O empresário paraense George Washington de Oliveira Sousa negou nesta quinta-feira (22) que o atentado a bomba no aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro do ano passado, tenha relação com os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Washington foi condenado a mais de nove anos de prisão por ter tentado detonar o artefato e explodir um caminhão-tanque nas proximidades do terminal aeroportuário da capital do país.

George depõe como testemunha na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as ações de vandalismo que levaram à invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 janeiro deste ano.

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Washington recebeu o direito de permanecer calado e não responder a questões que possam incriminá-lo. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), comunicou a decisão aos demais integrantes do colegiado.

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O empresário permaneceu calado e não respondeu à maior parte dos questionamentos feitos pelos parlamentares. Em raro momento, ele afirmou que o atentado a bomba e o episódio de 12 de dezembro — quando a sede da Polícia Federal, na área central da capital do país, foi invadida — não têm relação com o 8 de Janeiro.


"Já fui condenado e estou preso. Meu caso não tem nada a ver com o dia 8 [de janeiro], que corresponde a essa CPMI. Absolutamente não [tem vinculação nenhuma]. O dia 12 [de dezembro] não tem a ver com o dia 24 [de dezembro] e o dia 24 [de dezembro] não tem a ver com o dia 12 [de dezembro] nem com o dia 8 [de janeiro]", declarou.

Depoimento supostamente alterado

Em uma de suas poucas falas, Washington deixou entender que o depoimento dado por ele às autoridades policiais em 24 de dezembro do ano passado foi alterado. "Estava na delegacia [em Brasília], fui recebido pelo secretário de Segurança do DF [à época, o delegado de Polícia Federal Júlio Danilo], muito bem recebido. Dentro da sala, havia de 12 a 18 homens da polícia, entre delegados e investigadores", detalhou.


"Quando fui para a sala prestar depoimento, estava com um delegado da PCDF. Ao começar o depoimento, chegou um delegado da PF, interrompeu e pediu para o delegado da PCDF se retirar da sala e conversar com ele em particular", continuou Washington.

"O delegado da PCDF, após conversar com o delegado da PF, mudou o teor das perguntas e houve gritos contra a minha pessoa para que eu assinasse aquele depoimento. No depoimento constava duas vezes o nome do presidente Lula, que pedi para ser retirado, e constava mais de duas vezes o nome do ex-presidente Bolsonaro, colocados por eles. Eu não falei no presidente Lula nem no ex-presidente Bolsonaro. Pedi para retirar [os nomes de Lula e Bolsonaro], e permaneceu o nome do ex-presidente Bolsonaro", declarou.

Outros depoimentos desta quinta (22)

Na mesma sessão, a CPMI ouviu o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Leonardo de Castro e dois peritos da corporação que atuaram no episódio de tentativa de explosão da bomba, Renato Martins Carrijo e Valdir Pires Dantas Filho.

Em depoimento, Castro associou o plano de atentado na véspera do Natal com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro, no dia da diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.

No dia, um grupo de vândalos tentou invadir o prédio. Ao serem impedidos, começaram a queimar carros e ônibus nas vias de Brasília e atacaram soldados da Polícia Militar com pedras e pedaços de madeira.

"Naquela ocasião, começamos as diligências, coletamos imagens, o trabalho foi feito de forma ininterrupta. Na madrugada, protocolamos dois pedidos de prisão temporária, com nove pessoas identificadas. Dois dos envolvidos [na tentativa de explosão do aeroporto] estavam no ataque à sede da PF", afirmou Castro.

Ele se refere a Alan Diego dos Santos, que cumpre pena de cinco anos e quatro meses, e Welington Macedo, que está foragido. As investigações da 8ª Vara Criminal de Brasília apontaram o envolvimento de três pessoas no atentado.

Quem é George Washington

Ele não respondeu à maioria das perguntas
Ele não respondeu à maioria das perguntas

Morador do Pará, o condenado atua como empresário e dirigiu até Brasília após o segundo turno das eleições com armas de grosso calibre e bananas de dinamite no carro. Ele conseguiu os armamentos por meio de uma autorização de posse como caçador, atirador e colecionador (CAC).

George Washington passou a frequentar o acampamento montado no quartel-general do Exército, em Brasília, depois que Lula foi eleito. Ele ficou hospedado em um apartamento no Sudoeste, área nobre da capital federal.

Após ser detido, ainda em 24 de dezembro, o criminoso afirmou estar descontente com o resultado das eleições e que pretendia detonar os explosivos para chamar a atenção para o movimento a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Explosão nas proximidades do aeroporto de Brasília

Nas primeiras horas de 24 de dezembro de 2022, as forças de segurança de Brasília foram acionadas, por meio de uma denúncia anônima, após câmeras de segurança do aeroporto flagrarem o motorista de um caminhão deixar uma caixa perto de um caminhão-tanque e indo embora.

A via principal de acesso ao aeroporto foi então bloqueada, em uma operação conjunta do Corpo de Bombeiros do DF, das polícias Militar e Civil da capital do país e da Polícia Federal com agentes do esquadrão antibombas. As autoridades fizeram uma explosão controlada para desativar o explosivo.

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