'Pressa é inimiga da perfeição', diz Queiroga sobre vacinar crianças
Ministro da Saúde rebateu documento da área técnica e reafirmou que posicionamento da pasta será informado em 5 de janeiro
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Em meio ao debate da inclusão de crianças entre 5 e 11 anos no PNI (Programa Nacional de Imunização) ainda nesta ano, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (20) que a "pressa é a inimiga da perfeição".
"A pressa é a inimiga da perfeição. O principal é a segurança. No ano de 2021, considerando o pico, onde houve 4 mil óbitos, crianças de 5 a 11 anos, menos de 150 óbitos. Não que esteja menosprezado, cada vida é importante", disse, sem mencionar a origem dos dados.
Queiroga havia dito, no último sábado (18), que o governo vai anunciar a decisão sobre a inclusão ou não de crianças no PNI em 5 de janeiro. "Os pais terão a resposta no momento certo", comunicou.
Antes disso, contudo, a pasta deve realizar uma audiência pública. "Não é uma eleição para saber quem quer e quem não quer. É ouvir a sociedade. Depois, essas contribuições são analisadas pela área técnica, se faz uma audiência pública, onde discutirá aprofundamento esse assunto e, após, o ministério fará as suas considerações ou recomendações", acrescentou.
Na última quinta-feira (16), a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina contra a Covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade. Segundo o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da instituição, Gustavo Mendes, a segurança do imunizante e o número de infectados nessa faixa etária foram determinantes para a aprovação. A imunização será feita em duas doses, com intervalo de três semanas entre elas.
Os membros da CTAI Covid-19 (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19), ligada ao Ministério da Saúde, emitiram, por unanimidade, um parecer favorável ao uso da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Na análise, os técnicos destacaram a importância da proteção dessa faixa etária, que registrou 6.163 casos e 301 mortes pela doença desde o início da pandemia.
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Queiroga rebateu a nota emitida pela área técnica dizendo que sociedade científica não baliza a conduta do ministério e informou que não recebeu o documento de forma oficial. "O que eu vi foi na imprensa, inclusive um documento, eu não sei se chama de documento porque não está assinado. Não é um comunicado público que vai fazer o ministério se posicionar de uma maneira ou de outra", argumentou.
Segundo o ministro, a prioridade, neste momento, é a ampliação da aplicação da segunda dose e da dose de reforço. De acordo com o mapa da vacinação do R7, o país tem 75% (160 milhões) da população imunizada com a primeira dose e 66% (141 milhões) com a segunda dose ou dose única. A dose de reforço foi dada a 10% (23 milhões) dos brasileiros.