PRF mapeia rodovias com maior risco para exploração sexual de crianças e adolescentes
Foram identificados 17.687 pontos de riscos nas rodovias brasileiras
Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) apresentou nesta quinta-feira (31) a 10ª edição da cartilha do Projeto Mapear 2023/2024. Parceria com organização internacional Childhood Brasil, o projeto mapeia pontos vulneráveis em rodovias federais que podem representar riscos às crianças e adolescentes.
Nesta edição, foram identificados 17.687 pontos de riscos, um aumento de 83,2% quando comparado ao biênio anterior. De acordo com a PRF, o crescimento indica que a situação está sendo melhor acompanhada.
Leia mais
Entre os locais incluídos estão hotéis, motéis e postos de combustíveis às margens das rodovias federais. O levantamento é feito em operações nos quais as PRFs de todo o país percorrem os 75 mil quilômetros de rodovias federais e identificam locais onde há circulação de pessoas. Os pontos mais críticos são postos de combustíveis.
O Nordeste é a região com mais pontos vulneráveis, 6.532. Na sequência estão as regiões Sudeste, com 5.041, Sul, com 2.474, Centro-Oeste, com 2.210, e Norte, com 1.430.
A BR-116, que começa em Fortaleza, no Ceará, e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, é a rodovia com mais pontos vulneráveis: 2.398 locais. Na sequência está a BR-101, que tem início em Touros, no estado do Rio Grande do Norte, e termina em São José do Norte, no Rio Grande do Sul, com 2.355 pontos críticos.
A BR-040, que começa em Brasília, aparece em quarto lugar com mais pontos vulneráveis: 1.078.
Com os dados coletados, a PRF pode planejar melhor as ações de combate a violência contra crianças nas estradas. De acordo com a PRF, em 2023 foram fiscalizados 6.453 pontos e 147 crianças e adolescentes foram resgatados no país.
Segundo os dados, 85% das vítimas resgatadas foram meninas. Em relação às idades, a maioria era adolescente: 40% tinham entre 12 e 15 anos e 41,7% entre 16 e 17 anos. Já 5% das vítimas resgatadas tinham até 5 anos e 13,3% tinham entre 6 e 11 anos.
“Pontos classificados como críticos e de alto risco são priorizados no planejamento operacional, especialmente nas ações preventivas e repressivas. Já os pontos de baixo e médio risco são monitorados como pontos de atenção para acompanhamento, permitindo que os gestores observem possíveis mudanças nos níveis de criticidade a cada biênio", explica a PRF na cartilha.