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R7 Brasília

Proposta no Senado pode dificultar indicação de Dilma ao banco dos Brics

Lula tem trabalhado para que a ex-presidente assuma o cargo, ocupado atualmente por um indicado de Bolsonaro

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Lula abraça Dilma Rousseff em Ato pela Soberania do Brasil, em Porto Alegre, em junho de 2022
Lula abraça Dilma Rousseff em Ato pela Soberania do Brasil, em Porto Alegre, em junho de 2022

Um projeto de lei apresentado ao Senado pode dificultar a nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A proposta, do senador Rogério Marinho (PL-RN), quer exigir que os indicados brasileiros para os cargos de presidência e direção de instituições financeiras internacionais sejam aprovados no Senado.

“É preciso que o Senado analise o espectro amplo das aptidões para o cargo, sobretudo por ser também a Casa responsável por autorizar operações externas de natureza financeira”, afirmou Marinho. “Nossa proposta é que o indicado tenha reputação ilibada e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mais de dez anos de experiência”, acrescentou.

O senador também argumenta que a prática ocorre na indicação de diretores e presidentes de agências reguladoras e também em cargos de embaixador em missões diplomáticas no exterior. “Ou seja, tem-se em conta que são situações em que o interesse nacional já é escrutinado e validado, não apenas por um interesse de ocasião do Poder Executivo, mas do Estado brasileiro.”

Se for confirmada como nova presidente do NBD, Dilma pode ter um salário de cerca de R$ 290 mil. Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem articulado a renúncia do atual presidente do NBD, Marcos Troyjo, sem que ele termine o mandato, que vai até 2025.


Troyjo foi nomeado para a liderança do NBD em 2020, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele atuava como secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, chefiado pelo então ministro Paulo Guedes.

O petista tem viagem marcada a Pequim, na China, sede do NBD, na segunda quinzena de março, e há a expectativa de que Dilma integre a comitiva. Já o projeto de lei precisa passar por comissões e pelo plenário do Congresso. 

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