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R7 Brasília

Reajuste a policiais poderá custar R$ 2,8 bi em 2022, prevê ministério

Justiça e Segurança Pública fez estimativa do aumento à PF e à PRF e a enviou à Economia, que dará a palavra final

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro, cercado de policiais
O presidente Jair Bolsonaro, cercado de policiais

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, apresentou um estudo ao Ministério da Economia com a estimativa de que o reajuste salarial para integrantes da PF (Polícia Federal), da PRF (Polícia Rodoviária Federal), da Polícia Penal e do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) custe pelo menos R$ 2,8 bilhões ao Orçamento do ano que vem.

O levantamento de Torres também mostra uma previsão de quanto os reajustes aos policiais custarão aos cofres públicos até 2024. Segundo o documento, o impacto deve ser de R$ 11,1 bilhões nos próximos três anos: em 2023, a recomposição será de R$ 4,13 bilhões, enquanto em 2024 será de R$ 4,16 bilhões.

A recomposição salarial não será feita de forma igualitária a cada uma das corporações. No ano que vem, o Depen, por exemplo, terá um reajuste de aproximadamente 64%. Com a Polícia Penal, os custos vão aumentar em 44,5%; com a PF, em 27%; e, com a PRF, em 17%. Cargos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também serão reavaliados, têm o maior aumento previsto até agora: 73%.

A recomposição salarial dos policiais sempre foi uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro (PL), que fala em conceder um reajuste às forças de segurança federais desde o primeiro ano de mandato. Após não cumprir a promessa nos últimos três anos, o chefe do Executivo intensificou os pedidos à equipe econômica, em razão da proximidade com as eleições de 2022, quando ele tentará a reeleição. 


O ofício do Ministério da Justiça e Segurança Pública deve ser analisado ao longo desta semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que vai decidir se concorda com a proposta apresentada por Torres. Os dois conversaram sobre o tema nesta segunda-feira (13), quando Torres entregou o estudo ao economista.

Nesta terça-feira (14), em evento no Palácio do Planalto com a participação de Torres e autoridades policiais, Bolsonaro confirmou a intenção de aumentar os salários das forças de segurança e até convidou o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Tania Prado, para conhecer a proposta do governo.


"Algumas injustiças acontecem nas nossas vidas, reconheço, não quero eximir de responsabilidade, e nós temos que buscar corrigi-las. Se Deus quiser, teremos uma reunião bastante profícua hoje à tarde, onde possamos atender a todos vocês", afirmou o chefe do Executivo.

Após o fim da cerimônia, Torres conversou com a imprensa e afirmou que o governo planeja uma reestruturação. “Nossa ideia é reestruturar a carreira da PRF, criar uma carreira de verdade para eles, mudar algumas coisas nas carreiras da Polícia Federal, das carreiras de agente, escrivão, papiloscopista, delegado e administrativos, e regulamentar e organizar a polícia penal”, detalhou o ministro.

“Toda reestruturação prevê uma diminuição aqui, um aumento ali. É uma reorganização das carreiras, então isso existe. São diferentes as diversas categorias, a PRF apresentou o projeto dela, a PF apresentou o dela”, acrescentou.

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